Até 2030, Volvo quer que agro represente 30% das vendas e aposta em máquinas elétricas no Brasil
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Empresa já prepara uma nova rodada de aportes no país, ainda em fase de avaliação e deverá ser anunciada em breve
RIBEIRÃO PRETO* — A Volvo CE quer aumentar o espaço do agronegócio brasileiro nas suas vendas até 2030. Hoje, o segmento agrícola representa 25% das vendas da companhia no país e, até o final da década, deve atingir 30%.
Segundo Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE na América Latina, a estratégia de crescimento da empresa será baseada em novas tecnologias, com destaque para máquinas elétricas voltadas a atividades rurais com necessidades específicas, como a piscicultura, a apicultura e o cultivo de cacau.
“A meta é de que 35% de nossas vendas globais sejam de máquinas elétricas até 2030. O Brasil é uma superpotência no agro e hoje cerca de 25% dos nossos volumes de pás-carregadeiras e escavadeiras se destinam ao segmento agrícola. Temos alto potencial de crescimento nesse setor”, afirma o executivo.
Em 2024, as vendas globais da Volvo somaram R$ 309 bilhões. A empresa registrou um lucro operacional de R$ 39 bilhões. Para Gilson Capato, diretor comercial da Volvo, 2025 marca o fim de um ciclo de investimentos de R$ 1,5 bilhão realizado nos últimos cinco anos.
A companhia já prepara uma nova rodada de aportes, ainda em fase de avaliação e deverá ser anunciada em breve.
Na visão da montadora, os benefícios operacionais e ambientais desses equipamentos elétricos podem acelerar sua adoção no campo, justamente em um momento de incerteza global e aumento de custos para o agricultor — o que torna as margens cada vez mais apertadas.
“Esses equipamentos estão trazendo uma redução de 90% no custo com combustível e 30% na manutenção”, diz Capato. Segundo o executivo, em propriedades com geração própria de energia solar, o custo de abastecimento dessas máquinas pode chegar a zero.
Além disso, as máquinas funcionam praticamente sem ruído, o que permite seu uso em ambientes antes inviáveis para motores a combustão, como a apicultura. “O fato de utilizar uma máquina que praticamente não tem ruído já diminui muito o risco da abelha se estressar”, diz.
"Para o ano completo de 2024, as vendas líquidas totalizaram SEK 526,8 bilhões (552,3) e o lucro operacional ajustado foi de SEK 65,7 bilhões (78,2), com uma margem operacional ajustada de 12,5% (14,0). O retorno sobre o capital empregado nas Operações Industriais foi forte, atingindo 35,8% (36,7).
Desafios da eletrificação
Apesar de a tecnologia elétrica ser uma tendência global, o desafio continua sendo a infraestrutura, afirma Capato. Segundo o executivo, o Brasil carece de pontos de conexão adequados para suportar o uso crescente de equipamentos elétricos no campo.
Atualmente, há cerca de 10 mil pontos de recarga no país, com a expectativa de que esse número dobre até o fim de 2025, alcançando 20 mil postos, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). No entanto, a distribuição desses pontos é desigual, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul — especialmente no estado de São Paulo.
O executivo acredita que, embora exista um custo inicial de adaptação, as empresas estão abertas ao investimento necessário para adotar essa tecnologia, principalmente em um contexto de sustentabilidade.
“Mesmo abertas a investir, ainda há a necessidade de pontos de conexão adequados, como instalações com pelo menos 380 volts para carregar as máquinas”, diz o diretor da Volvo.
Segundo a companhia, os primeiros testes realizados no Brasil comprovaram que as máquinas elétricas têm operação mais rápida do que as equivalentes a diesel, o que traz vantagens importantes, como maior eficiência energética e zero emissões durante o uso.
Mesmo com juros elevados e certo receio entre produtores em assumir novas dívidas, Capato não enxerga um cenário pessimista. Segundo ele, a Volvo oferece linhas subsidiadas por meio de sua financeira, a VFS (Volvo Financial Services), o que ameniza a preocupação com as incertezas.
Capato afirma que a companhia tem novos projetos em desenvolvimento, mas busca, antes de tudo, consolidar sua presença no mercado brasileiro.
1/7 Criado pelo Governo Federal em 2003, o Plano Safra tem como objetivo fornecer linhas de crédito para o financiamento das atividades agrícolas de pequenos, médios e grandes produtores rurais do país, incluindo cooperativas e agricultores familiares (Plano Safra)
2/7 Com vigência de um ano, ele geralmente começa a valer no dia 1º de julho, quando se inicia o ano-safra no Brasil. (Com vigência de um ano, ele geralmente começa a valer no dia 1º de julho, quando se inicia o ano-safra no Brasil.)
3/7 No ano-safra 2024/25, o Plano Safra será lançado nesta quarta-feira, 3 ()
4/7 As linhas oferecidas pelo Plano Safra possuem subdivisões específicas, nas categorias: crédito de custeio e comercialização e crédito de investimento. Cada produtor é enquadrado em uma ou outra modalidade, de acordo com o tamanho da propriedade, atividade exercida, renda anual, etc. ()
6/7 (Os planos de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país, conhecidos também como Plano Safra Empresarial, disponibiliza recursos por meio do crédito rural aos produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e grandes produtores do setor)
7/7 Por outro lado, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tem como objetivo fortalecer as atividades familiares seja no financiamento ou custeio relacionado à implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção, visando à geração de renda e a melhora da mão de obra na agricultura familiar. (Por outro lado, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tem como objetivo fortalecer as atividades familiares seja no financiamento ou custeio relacionado à implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção, visando à geração de renda e a melhora da mão de obra na agricultura familiar.)
*O repórter viajou a convite da Bayer.
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