Caminhar muda a forma como o cérebro reage aos sons, aponta estudo internacional

Por Thaíse Ramos 30/09/2025 às 21:27 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Caminhar muda a forma como o cérebro reage aos sons, aponta estudo internacional

Caminhar muda a forma como o cérebro reage aos sons, aponta estudo internacional

Isso

Caminhar pode mudar a forma como o cérebro processa os sons ao redor. É o que aponta um experimento conduzido por Liyu Cao, da Zhejiang University (China), e Barbara Händel, da Universidade de Würzburg (Alemanha). O estudo, divulgado na última segunda-feira (29/9), no periódico JNeurosci, registrou respostas auditivas mais intensas durante a locomoção do que em momentos em que os voluntários permaneciam parados.

Caminhar pode mudar a forma como o cérebro processa os sons ao redor. - Thaíse Ramos

Caminhar

Para chegar ao resultado, 30 participantes caminharam em um circuito em formato de oito enquanto ouviam sons contínuos. O monitoramento em tempo real mostrou que o movimento reorganiza a atenção auditiva, exigindo mais energia cerebral para captar estímulos sonoros. A reação depende tanto da intensidade do som quanto da direção do deslocamento do corpo.

Liyu

“Quando as pessoas faziam uma curva para a direita, as respostas a sons vindos do ouvido direito eram ampliadas no início da curva e depois suprimidas, em relação às respostas do ouvido esquerdo. Isso pode refletir uma mudança de atenção durante as curvas”, explicou Cao, em comunicado. Segundo o pesquisador, esses ajustes indicam que caminhar reorganiza o foco auditivo de forma dinâmica, de acordo com a direção tomada.

Na segunda etapa do estudo, rajadas de sons interromperam o padrão estável observado inicialmente. A reação cerebral foi mais intensa durante a caminhada, mas apenas quando os estímulos atingiram um ouvido por vez.

“Isso pode refletir uma operação de filtragem do cérebro, que pode suprimir ativamente sons de fundo previsíveis, como os próprios passos, ao mesmo tempo em que aumenta a sensibilidade a sons inesperados vindos do lado. Isso pode permitir tempos de reação mais rápidos e navegação mais segura em ambientes dinâmicos. Também pode sugerir que nosso sistema auditivo parece otimizado para detectar novidades e desvios durante o movimento”, destacou Cao.

Os achados sugerem que o corpo em movimento influencia como o cérebro seleciona os sons do ambiente. Em outras palavras, andar não apenas desloca o corpo, mas também redefine a atenção auditiva a cada passo.

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