Exclusivo: Metanol nas bebidas é a ponta do iceberg do mercado ilegal, diz especialista em combate a fraudes
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A história por trás da notícia revela detalhes surpreendentes. dessa vez, por causa do metanol, solvente utilizado para adulterar combustíveis e que passou a ser encontrado em bebidas destiladas comercializadas pelo brasil. além de bebidas frias, o sicobe passou a controlar em 2011 mais de 900 marcas de bebidas destiladas.
Saiba mais: No final de agosto, a receita federal, em parceria com diversos órgãos nacionais, desencadeou uma megaoperação chamada de operação carbono oculto, considerada a maior ação já realizada contra a principal organização criminosa do brasil, o primeiro comando da capital (pcc). Continue lendo para saber mais.
Importante mencionar que segundo as investigações, o esquema envolvendo cadeia de postos de combustível movimentou mais de r$ 52 bilhões entre 2020 e 2024
Especialistas apontam que semanas depois daquele episódio, os combustíveis ganharam novamente a atenção do público. dessa vez, por causa do metanol, solvente utilizado para adulterar combustíveis e que passou a ser encontrado em bebidas destiladas comercializadas pelo brasil. apenas em são paulo, o número de vítimas de intoxicação por metanol aumentou para cinco mortes confirmadas e 23 casos confirmados, com mais de 170 casos em investigação.
Por outro lado, para rodolpho ramazzini, diretor de comunicação da associação brasileira de combate à falsificação, a origem desse metanol seriam sobras de postos clandestinos autuados pela operação carbono oculto que o crime organizado ainda conseguiu aproveitar. ramazzini fez a declaração em primeira mão à exame no final de setembro. a crise do metanol expõe um problema conhecido há anos: o da falta de controle que estimula a falsificação de bebidas e a atuação do crime organizado. é a ponta do iceberg, diz o executivo.
Especialistas
Importante mencionar que confira entrevista exclusiva com o diretor da abcf:
Especialistas apontam que a exame publicou em primeira mão sobre uma possível ligação da crise do metanol com a atuação do crime organizado, mais especificamente o pcc. o que mudou desde então?
Rodolpho ramazzini: de lá para cá, pouca coisa mudou. vimos um conflito de informações entre as autoridades que sequer sabem a origem do problema, mas uma coisa é clara: o crime organizado está linkado na falsificação de bebidas e nesse mercado ilegal de bebidas já há alguns anos. é, no mínimo, muito suspeito quinze dias após a operação carbono ser deflagrada, que comece a aparecer bebida falsificada no mercado, com contaminação por metanol. e esse metanol deve ter saído dessas mesmas empresas ligadas ao crime organizado, que estão envolvidas na adulteração de combustível e na falsificação de bebidas.
É essencial notar que o metanol é apenas a ponta do iceberg do mercado ilegal de bebidas do brasil
Especialistas apontam que rr: sem dúvida. a crise do metanol expõe um problema conhecido há anos: o da falta de controle que estimula a falsificação de bebidas e a atuação do crime organizado.
Importante
Qual é o tamanho desse mercado paralelo hoje em dia? quais bebidas são mais falsificadas?
Vale destacar que rr: são 88 bilhões de reais de prejuízos anuais. as bebidas mais falsificadas de longe são os destilados segundo diversos estudos e declarações do próprio setor, da federação de hotéis, restaurantes e bares do estado de são paulo, dentre outros, hoje 36% das bebidas destiladas vendidas no brasil são ilegais, falsificadas, contrabandeadas ou adulteradas
Especialistas apontam que quais as principais deficiências do brasil para combater esse tipo de crime?
Rr: a principal deficiência surge da ausência de um controle no setor de produção de bebidas. com a interrupção do sicobe em 2016 pela receita federal, o estado passou a depender exclusivamente da autodeclaração das empresas de todos os tipos de bebidas, criando brecha para a fraude. o descontrole dos últimos anos fez o volume de bebidas falsas crescer de modo exponencial.
É essencial notar que a abcf bate bastante na tecla do sicobe. o tcu já mandou religar o sistema, mas a receita federal ainda resiste pode explicar melhor como está a situação hoje
Saiba
De acordo com informações, rr: nos últimos cinco anos, pelo menos, o setor de bebidas vem sendo afetado pela falsificação. e isso se deve ao descontrole. em 2016, com o desligamento do sicobe, que rastreava em tempo real tudo que era produzido nas fábricas brasileiras, o volume de bebidas falsas no mercado brasileiro explodiu. e o crime organizado migrou para esse setor devido à falta de fiscalização, para escoar os lucros das operações criminosas. além de bebidas frias, o sicobe passou a controlar em 2011 mais de 900 marcas de bebidas destiladas. ainda que digam que o sistema não avalia a qualidade, ele rastreava toda a cadeia de produção e coibia, sim, o crime organizado.
Recentemente houve a maior operação do ano contra cigarros irregulares, outro setor que sofre há décadas com a falsificação. existem projetos como o sicobe para o setor de cigarros também?
Importante mencionar que rr: o setor de cigarros já possui um sistema de rastreio chamado scorpios, composto por equipamentos contadores de produção, para o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos pela receita federal. os equipamentos possibilitam, ainda, o rastreamento dos produtos em todo o território nacional, para identificar a origem e reprimir a produção e importação ilegais, bem como, a comercialização de produtos falsificados o scorpios tem se mostrado muito eficaz porque evidencia o que é falso do que é legal, rastreando também a produção desde a origem do produto
Segundo fontes, quais outras áreas da economia estão sendo prejudicadas pelas falsificações? o crime organizado está em todas elas?
Rr: segundo o relatório follow the products – rastreamento de produtos e enfrentamento ao crime organizado no brasil, elaborado pelo fórum brasileiro de segurança pública, as facções criminosas migraram do setor ilegal para o mercado legal, aturando no setor de combustíveis, bebidas, cigarros e até ouro. segundo o documento, a receita estimada desses grupos nesses setores, somente no ano de 2022, aproxima-se de 147 bilhões de reais, enquanto, no mesmo período, a venda de drogas (cocaína) teria gerado receitas de 15 bilhões de reais.
É essencial notar que em 2025, em números, quanto representa essa economia paralela de produtos pirateados
Especialistas apontam que rr: os números de 2025 não estão fechados ainda, mas certamente estão na casa de 500 bilhões de reais/ano.
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