Fim do inverno? Por que as startups brasileiras receberam R$ 300 milhões em 10 dias: Detalhes revelados

Por Laura Pancini 18 de setembro de 2025 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Fim do inverno? Por que as startups brasileiras receberam R$ 300 milhões em 10 dias: Detalhes revelados

Novos detalhes sobre fim do inverno? por que as startups brasileiras receberam r$ 300 milhões em 10 dias vêm à tona. a ia reforça a disposição deste tipo de capital em tomar risco", diz leonardo gasparin, ceo da fintech que acaba de receber us$ 5,5 milhões para aprimorar a plataforma que digitaliza o 'vai e vem' do dinheiro no setor...

Saiba mais: Desde a última terça-feira, 9, mais de r$ 247 milhões de reais foram investidos em startups brasileiras de todos os setores e tamanhos. Veja os detalhes a seguir.

Importante mencionar que é um valor pequeno comparado ao que se observa lá fora — só a americana figureai, de robôs humanoides, acaba de levantar us$ 1 bilhão —, mas que pode indicar que o cenário de venture capital está pelo menos um grau mais quente

Importante mencionar que é um valor pequeno comparado ao que se observa lá fora — só a americana figureai, de robôs humanoides, acaba de levantar us$ 1 bilhão —, mas que pode indicar que o cenário de venture capital está pelo menos um grau mais quente. - Laura Pancini

Especialistas apontam que somente nos últimos dez dias, a exame noticiou:

Embora esses números possam gerar otimismo, é preciso observar o contexto mais amplo. a disparada dos juros nos últimos anos fez com que startups brasileiras enfrentassem o que ficou conhecido como o inverno das startups. foram us$ 9,7 bilhões investidos na américa latina em 2021, um recorde para a região. depois, só queda (e muita neve): us$ 4 bilhões em 2021, us$ 1,9 bilhões em 2023 e, um respiro, us$ 2,2 bilhões em 2024.

Importante mencionar que se, por um lado, o volume de investimento no primeiro semestre de 2025 continua aquém dos níveis de 2024 — até agora, apenas 32% do total investido no brasil em 2024 foi alcançado, cerca de us$ 727 milhões —, por outro, já existem sinais de que o capital está se movimentando de maneira mais seletiva e estratégica

Chegou a primavera?

Segundo fontes, vinícius furlan, do scale up venture, fundo da endeavor, aponta que, embora a competição esteja mais acirrada entre os fundos que ainda têm capital para investir, o ecossistema de venture capital está longe de uma recuperação total.

entre julho e setembro realizamos oito novos investimentos, e a média é de 3,5. isso nos dá a indicação de que devemos fechar o ano com um volume de investimentos 30% superior à média histórica, mas ainda assim, estamos longe de um cenário totalmente estabilizado, diz furlan.

Importante mencionar que além disso, investidores estrangeiros, ainda que de forma tímida, também começam a retomar suas atividades no brasil. a instituição japonesa credit saison anunciou a chegada do fundo onigiri capital nesta segunda-feira, 15, com a ambição de ser a ponte entre américa latina e ásia a gestora nasce com us$ 50 milhões (r$ 270 milhões) para investir em startups de blockchain voltadas ao setor financeiro — e tem um recorte claro: projetos que desenvolvam soluções reais em pagamentos, stablecoins, ativos tokenizados e finanças descentralizadas, as chamadas defi

Especialistas apontam que histórias como essa são a representação de uma tendência clara: fintechs brasileiras são as queridinhas dentro e fora do país. entre julho e setembro, foram us$ 65,3 milhões investidos dentre 25 rodadas. logo atrás, ficaram as startups de tecnologia para o agro (us$ 51,7 milhões) e para o varejo (us$ 50,8 milhões).

Por outro lado, dentre elas, o nichado parece funcionar. das oito startups aportadas citadas anteriormente, ao menos cinco tem alguma ferramenta de gestão financeira específica ao setor que se dedicam. um dos maiores aportes de 2025, a arvo, por exemplo, atende operadoras de planos de saúde e ajuda elas a cortar custos com inteligência artificial.

Vale destacar que toda vez que chega uma tecnologia como a ia, é um momento interessante [para o mercado]. estão sendo criadas empresas duradouras, excelentes e que atingem patamares nunca pensados, diz fernando gadotti, fundador da tako, que utiliza ia para descomplicar a folha de pagamentos para o rh, e da doghero, marketplace vendido para a petlove em 2020

Especialistas apontam que para essas empresas construindo ia, tem dinheiro, tem investimento e tem interesse, resume o executivo. ao mesmo tempo, quem bota o dinheiro na mesa está mais criterioso do que nunca: buscam líderes maduros e negócios com uma trajetória clara de tração.

no processo da cub, percebemos um nível de diligência bastante superior a processos que vivemos no passado. a ia reforça a disposição deste tipo de capital em tomar risco, diz leonardo gasparin, ceo da fintech que acaba de receber us$ 5,5 milhões para aprimorar a plataforma que digitaliza o 'vai e vem' do dinheiro no setor imobiliário. anteriormente, ele abriu a 1m2 (como um airbnb para a venda e compra de terrenos) e a neemu (buscador para e-commerces comprado pela linx, de gestão para o varejo, em 2015).

O VC voltou?

Importante mencionar que apesar de alguns sinais positivos, o volume de investimentos em venture capital no brasil ainda não são relevantes o suficiente para indicar uma mudança. por aqui, fatores como a alta taxa de juros, a proposta de aumento do iof e as tarifas impostas pelos estados unidos tendem a reduzir ainda mais o fluxo de investimento no segundo semestre

Especialistas apontam que a verdade é que, embora o mercado esteja se movimentando, o aquecimento que alguns enxergam pode ser apenas o reflexo de uma recuperação gradual. no geral, a síntese é a mesma: o mercado ainda preza por cautela.

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