Manchete fez minissérie sobre personagem histórica símbolo da luta contra escravidão há 35 anos: Nova perspectiva

Uma análise detalhada mostra o impacto dessa história. vale destacar que instalada em uma fazenda de cana-de-açúcar, anastácia passa a ser propriedade de dom antônio (flávio galvão), um senhor autoritário que, ao mesmo tempo em que se encanta por sua beleza, é incapaz de enxergá-la como um ser humano.
Confira como Em 15 de maio de 1990, há 35 anos, a extinta tv manchete estreava escrava anastácia como sua nova minissérie exibida no horário das 22h50. escrita por paulo césar coutinho, a obra falava sobre uma personagem histórica símbolo da luta contra escravidão, uma jovem rebatizada como anastácia ao chegar ao brasil depois de ser capturada e trazida à força para o brasil. Continue lendo para saber mais.
Personagem forte
Vale destacar que escrava anastácia colocava no centro da narrativa a dor, a resistência e a espiritualidade de uma mulher negra escravizada. com apenas quatro capítulos, a obra escrita por paulo césar coutinho e dirigida por henrique martins foi exibida às terças-feiras no horário das 22h50, dentro do projeto fronteiras do desconhecido, e logo se tornou um marco para a manchete pelo seu tema e pela sensibilidade com que tratou uma figura histórica cercada de mistério e reverência
Segundo fontes, a personagem central, interpretada por ângela correa, foi inspirada na figura lendária de anastácia — mulher de origem africana que teria vivido no brasil colonial, sendo escravizada, marcada com máscara de ferro e posteriormente cultuada como santa popular.
Na minissérie, sua trajetória começa ainda na áfrica, onde, com o nome de ojú orun, é capturada, vendida como mercadoria e embarcada em um navio negreiro rumo ao brasil. ali, é renomeada como anastácia, perde sua liberdade, mas não sua fé nem sua força interior.
Olhar de denúncia
Vale destacar que instalada em uma fazenda de cana-de-açúcar, anastácia passa a ser propriedade de dom antônio (flávio galvão), um senhor autoritário que, ao mesmo tempo em que se encanta por sua beleza, é incapaz de enxergá-la como um ser humano. na casa-grande, ela também enfrenta o ciúme e a crueldade da sinhá bela (carolina ferraz), mulher branca que vê na escrava não apenas uma ameaça ao seu casamento, mas também um espelho de sua própria frieza e racismo o feitor fluentes (tarcísio filho) também se interessa por anastácia, ampliando o cerco de violência e tensão ao seu redor
Especialistas apontam que apesar das humilhações, anastácia revela possuir um dom espiritual: ela cura com ervas e orações, um legado ancestral que resiste mesmo diante da imposição do catolicismo e do silenciamento de sua cultura africana.
Suas rezas ganham força entre os demais escravizados, despertando a admiração dos que sofrem ao seu lado e a suspeita dos brancos. o contraste entre a brutalidade dos castigos físicos e a delicadeza de seus gestos reforça a proposta da obra: mostrar como a fé e a solidariedade foram formas de resistência ao regime escravagista.
Elenco representativo
Vale destacar que com participações de nomes como chica xavier, neuza borges, elisa lucinda, antônio pompêo, rosa marya colin e solange couto, a minissérie valorizou um elenco majoritariamente negro — um gesto ousado para a televisão ainda dominada por elencos embranquecidos
Segundo fontes, a presença dessas atrizes e atores deu corpo e alma à experiência dos escravizados, indo além do sofrimento e explorando também seus saberes, afetos e religiosidade.
Escrava anastácia, acima de tudo, não romantizou a escravidão. pelo contrário: denunciou a violência do sistema escravagista, a objetificação das mulheres negras e a hipocrisia da elite branca brasileira. e o fez sem deixar de lado a poesia e a emoção, representadas nos laços comunitários, nas cantigas e nos rituais que mantinham viva a memória africana em solo brasileiro.
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