Mesmo com volta de Plata, dirigente do Flamengo vê prejuízo irreversível na Libertadores

Horas depois de a Conmebol confirmar a anulação do cartão vermelho de Gonzalo Plata, o diretor executivo de futebol do Flamengo, José Boto, concedeu entrevista ao vivo no programa Seleção Sportv, nesta sexta-feira (19/9). O equatoriano, expulso diante do Estudiantes no Maracanã, estará à disposição para a partida de volta na próxima quinta-feira (25/9), em La Plata. Apesar do alívio, o dirigente português avaliou que o clube não saiu completamente reparado.

“Não é um erro de campo, mas é um erro que tira um jogador, um profissional do jogo seguinte. É um erro que prejudica a equipe, e eu acho que tudo aquilo que são erros grosseiros devem ser corrigidos, seja pelo VAR, por decisões posteriores, ou dos conselhos de arbitragem, seja o que for”, afirmou.

Plata

Boto destacou que, em sua visão, a decisão da confederação sul-americana foi limitada diante da gravidade da atuação do árbitro colombiano Andres Rojas.

“A arbitragem teve um ato tão sem vergonha que a Conmebol se deixou na obrigação de, dentro daquilo que poderia fazer, já que não poderia rever o pênalti e nem reverter o resultado, reverteu aquilo que era possível, que era a expulsão do Plata”, disse.

O dirigente reforçou que segue apreensivo para o jogo de volta na Argentina: “Foi reparado o erro em relação ao Plata, mas não foi reparado o que se passou ontem no Maracanã. E, muito sinceramente, eu estou muito preocupado para o jogo da volta, porque se na nossa casa um árbitro consegue-nos fazer aquilo de uma forma quase arrogante, porque não é só o lance do Plata, são outros lances, eu estou muito preocupado com o que se pode fazer fora da nossa casa.”

Boto

Boto também relatou outros episódios que motivaram as críticas à equipe de arbitragem. Ele mencionou desentendimentos do quarto árbitro com integrantes do Flamengo e lances que, segundo ele, demonstraram dualidade de critérios.

“O assistente do Felipe, que vai perguntar sobre o critério dos amarelos ao quarto árbitro de uma forma educada, e o quarto árbitro explode, de uma forma nervosa. Eu próprio, quando me dirigi ao árbitro no final da partida, também de uma forma educada, perguntando-lhe o porquê da expulsão do Plata, o porquê da dualidade de critérios, e de uma forma arrogante, pediu à polícia que o protege para me afastar”, constatou.

O dirigente também contestou decisões técnicas: “Há uma entrada brutal sobre o Arrascaeta, do lateral-direito dos Estudiantes, que já tinha amarelo e o árbitro viu, mas o lance segue. O normal seria, quando o lance acabou, dar amarelo a esse jogador, que significaria a expulsão dele. Isto ainda no primeiro tempo, é aí que o quarto árbitro vai ao treinador da equipe adversária a dizer que era melhor substituir o jogador, porque senão ele teria que o expulsar. Isto são comportamentos que não são normais de uma equipe de arbitragem.”

Flamengo

Durante o programa, o ex-jogador Felipe Melo opinou que o árbitro colombiano atuou de má-fé. Boto disse concordar com a avaliação e defendeu punição severa.

“Tenho que concordar com o Felipe porque nós às vezes vemos o que é uma arbitragem ruim, por falta de competência. Mas conseguimos perceber quando há algo a mais do que isso, quando há uma arrogância muito grande com os nossos jogadores, dualidade de critério, nós não podíamos abrir a boca para ele. Esse tipo de arbitragem tem que ser banida do futebol, seja lá onde for”, constatou..

A decisão entre Flamengo e Estudiantes está marcada para quinta-feira da semana que vem, às 21h30 (de Brasília), no estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata. O Rubro-Negro precisa apenas de um empate para avançar à semifinal, após vencer por 1 a 0 no Maracanã.

Mesmo com a vantagem, Boto insistiu no tom de alerta: “Eu me preocupo muito com isso. Se na nossa casa, perante 65 mil torcedores, um árbitro não tem vergonha de fazer o que fez ontem, preocupa-me o que pode fazer na casa do adversário. Por isso confiamos que a Conmebol mande para lá um árbitro com coragem e que não se deixe intimidar pelo ambiente. Nós não queremos ser beneficiados, nós queremos ganhar ou perder dentro de campo.”

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