Ex-cobrador de ônibus revela motivo para ter feito motorista refém por três horas e ameaçá-lo com faca em Itaquera, Zona Leste de São Paulo; veja!

Na manhã de quarta-feira (30), um ex-cobrador de ônibus manteve um motorista refém por cerca de três horas em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. O sequestro ocorreu nas imediações da estação Corinthians-Itaquera do Metrô e terminou sem feridos, após negociação conduzida pela Polícia Militar.

De acordo com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), responsável pela operação, o homem, que havia trabalhado por quatro anos na empresa de transporte, embarcou no ônibus como passageiro e rendeu o motorista com uma faca. A vítima, um homem estrangeiro de aproximadamente 60 anos, foi obrigada a mudar o trajeto e bloquear a via atravessando o veículo na rua.

"A vítima estava bem nervosa, é um senhor estrangeiro, por volta de 60 anos de idade. Ele está muito nervoso porque ele estava com a faca bem próxima dele. Era uma faca grande, aproximadamente 40 centímetros", relatou o comandante interino do Gate, Renato Marques Pavão. O motorista foi encaminhado ao hospital após apresentar pressão alta.

Motivação do crime

Segundo a polícia, o sequestrador não conhecia a vítima e a escolha do ônibus foi aleatória, embora ele soubesse qual linha e cor do coletivo que pretendia abordar. Durante a negociação, ele revelou estar em crise após deixar o emprego dois meses antes. Ele mencionou também o fim de um relacionamento e dificuldades com dívidas.

"A motivação que ele apresentou é justamente pelo fato de ele ter saído desse emprego. Ele apresentou algumas motivações: ele saiu do emprego há pouco tempo, ele teve uma separação no seu relacionamento e parece ter problema financeiro. Esses eram os motivos que ele apresentava para nós. Ele não tinha antecedente criminal", explicou Pavão.

Durante a abordagem, os agentes do Gate identificaram instabilidade emocional no suspeito. Ele chegou a fazer exigências como visibilidade para seu ato e a presença de um advogado. Para atender à solicitação, um profissional de uma faculdade próxima foi chamado. A negociação, que durou cerca de uma hora e meia, foi marcada por momentos de oscilação emocional e quebra de acordos, o que dificultou o diálogo.

Apesar da tensão, o homem não aparentava querer causar maiores danos. "Ele afirmava que não queria morrer e que desejava sair vivo da situação", informou o comandante. Um colega de trabalho, um fiscal da empresa, foi chamado ao local para ajudar a conter o sequestrador, que acabou se rendendo.

Rodrigo Marques de Oliveira, gerente da empresa de transporte onde o homem trabalhou, participou de uma coletiva de imprensa após o encerramento da ocorrência. Ele confirmou o histórico profissional do ex-cobrador: “É devastador pra gente, nunca aconteceu isso, uma coisa muito triste”, disse.

Declaração da Polícia Militar

Em nota, a Polícia Militar informou que foi acionada na manhã de quarta-feira para atender à ocorrência em um ônibus na região de Itaquera. "A Polícia Militar foi acionada nesta quarta-feira (30) para atender a uma ocorrência em um coletivo com retenção de vítima na região de Itaquera, zona leste da capital. Segundo as informações iniciais, um homem com uma faca abordou um ônibus do transporte público e manteve o motorista como refém. O Corpo de Bombeiros e o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram acionados e acompanham a ocorrência, que ainda está em andamento".

Pronunciamento da SPTrans

A SPTrans, responsável pelo transporte público da capital, também se pronunciou. "A Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans repudiam todo e qualquer ato de violência e informam que a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência envolvendo um ônibus da linha 407L-10 (Barro Branco - Metrô Guilhermina/Esperança), na Rua Dr. Luís Aires, próximo ao Terminal Metrô Itaquera. A via, sentido centro, foi totalmente bloqueada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)", diz o comunicado.