Mulher faz bariátrica sem saber que estava grávida: 'Perdi 30kg e minha filha nasceu com sequelas'

Por Tom Henrique Publicado em 03/07/2025, às 09h46 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Mulher faz bariátrica sem saber que estava grávida: 'Perdi 30kg e minha filha nasceu com sequelas'

Mulher faz cirurgia bariátrica sem saber que estava grávida e conta que a filha acabou nascendo com sequelas por conta disso

Patricia

A curitibana Patricia Anny Baptista, analista de RH, viu sua vida tomar um rumo inesperado após realizar uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017. Diagnosticada com obesidade grau II e sofrendo com comorbidades como hipertensão, gordura no fígado, pré-diabetes e dores constantes nas pernas e joelhos, ela recebeu recomendação médica para realizar o procedimento com o objetivo de melhorar a saúde e facilitar uma nova gravidez. No entanto, um mês após a operação, Patricia desmaiou de fraqueza e, ao ser levada ao hospital, descobriu que já estava grávida de três meses no momento da cirurgia. “Na hora eu surtei”, relembra ela em entrevista a Marie Claire.

A curitibana Patricia Anny Baptista, analista de RH, viu sua vida tomar um rumo inesperado após realizar uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017. - Tom Henrique

Camila

Durante toda a gestação, ela enfrentou uma condição extrema de desnutrição. Vomitava tudo o que consumia — inclusive água — e não recebia orientações alternativas, como o uso de nutrição parenteral. Como resultado, perdeu 30 quilos e passou por momentos de desespero, ouvindo de médicos que o feto não era viável. Apesar do quadro clínico delicado, Patricia manteve a fé. Sua filha Camila nasceu com apenas 540 gramas e 28 centímetros, com 28 semanas de gestação. “Ela nasceu sem vida, mas quando a enfermeira a pegou no colo, ela voltou sem ser reanimada”, contou emocionada. A bebê passou seis meses na UTI, enfrentando paradas cardíacas, infecções e hemorragias.

Mulher

Aos oito anos, Camila enfrenta uma série de sequelas: dificuldades motoras, cognitivas e respiratórias, além de uma condição autoimune que afeta a tireoide e prejudica seu crescimento. Ela pesa apenas 14 quilos e é acompanhada por oito especialistas, realizando cinco tipos de terapias. Patricia também sofreu as consequências emocionais, sendo diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático no primeiro ano de vida da filha. Mesmo com dificuldades financeiras, a mãe paga plano de saúde e busca atendimento público, pois não consegue arcar com o custo de consultas particulares. “Hoje faço o que posso. Estou na fila para conseguir neurologista pra ela”, relatou.

A família entrou na Justiça alegando negligência por parte do hospital, já que o exame de gravidez não foi repetido antes da cirurgia. O processo durou cinco anos e terminou com decisão favorável ao hospital. Ainda assim, Patricia acredita que tudo poderia ter sido evitado. “Se tivessem pedido um beta hCG um dia antes da cirurgia, nada disso teria acontecido. Foi falta de zelo”, afirmou. 

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