Nova perícia aponta falsificação em documentos de Cid Moreira e levanta suspeita de fraude trabalhista

Nova perícia aponta falsificação em documentos de Cid Moreira e levanta suspeita de fraude trabalhista
Uma nova reviravolta marca o caso envolvendo o jornalista Cid Moreira, de 97 anos. Um parecer técnico grafotécnico, elaborado pelo perito Cláudio da Silva Cordeiro, concluiu nesta sexta-feira (12/9) que assinaturas presentes em documentos trabalhistas atribuídos ao comunicador são falsificadas ou imitadas. O laudo, obtido com exclusividade pelo portal LeoDias, pode alterar os rumos do processo.
O exame analisou três documentos: aviso prévio, anotação de demissão na carteira de trabalho e termo de rescisão de contrato. Conforme o perito, todas as assinaturas comparadas apresentaram incompatibilidade com o padrão gráfico de Cid Moreira, revelando elementos típicos de falsificação, como: quebras de ritmo, rigidez, tremores artificiais e pressão irregular.
Moreira
No documento de aviso prévio, o perito entendeu que as assinaturas apresentam diferenças na inclinação, pressão gráfica e velocidade de execução em relação ao padrão. Na carteira de trabalho, segundo Cláudio, a letra inicial diverge em formação e proporção e “há discrepância na assinatura quanto ao espaçamento e ângulo dos traços”. Já no terceiro documento, o termo de rescisão, o perito afirma que há diferenças nos gestos gráficos individualizantes; além de que os “remates” e “ataques das letras” apresentariam execução distinta da assinatura padrão.
No parecer, o perito concluiu: “As assinaturas apostas nos documentos Aviso Prévio, Carteira de Trabalho e Termo de Rescisão apresentam divergências significativas em relação ao padrão gráfico do(a) Reclamante, não sendo possível atribuir-lhe, com segurança técnica, a autoria delas”.
Além do aspecto grafotécnico, o profissional reuniu áudios do ex-funcionário Manuel Francisco de Lima, que reforçam a tese de que o jornalista não tinha conhecimento da dispensa.
Manuel
Em um dos trechos do documento mais impactantes, Manuel declarou: “Eu acho que ele nem sabia que eu já tinha sido mandado embora, sabia? Acho que ele até pensa que eu pedi para sair”. O trecho, enviado como áudio de WhatsApp, foi transcrito no documento como uma das provas contra Maria de Fátima Sampaio Moreira, ex-esposa de Cid, que teria participação direta na demissão de Manuel.
Outro ponto levantado é ainda mais grave: o ex-empregado afirma que sua demissão foi conduzida enquanto estava afastado pelo INSS, situação que fere a legislação trabalhista e garante estabilidade ao trabalhador.
O parecer classifica o material reunido, como documentos, análises técnicas e depoimentos gravados, como um “conjunto robusto de evidências”. Para o especialista, tais elementos não deixam dúvidas de que houve interferência de terceiros na condução da rescisão e que a anuência legítima de Cid Moreira não existiu.
LeoDias
Em um dos trechos, o ex-funcionário Manuel relata que foi ela quem conduziu sua dispensa, chegando a afirmar que continuaria mantendo o vínculo de trabalho e, posteriormente, determinando sua demissão. O perito destacou que esse tipo de relato reforça a hipótese de que o jornalista não tinha conhecimento do desligamento, abrindo espaço para a suspeita de interferência da ex-companheira na gestão contratual.
O portal LeoDias buscou contato com Maria de Fátima Sampaio, que foi citada no documento e trava uma batalha judicial com os filhos do ex-marido. O advogado da viúva de Cid, Davi de Souza Saldaño, respondeu a reportagem via mensagem de texto: “Não é a primeira vez que os filhos fazem as mesmas acusações descabidas e sem fundamentação legal, e que elas foram todas rechaçadas pelo judiciário. Esse mesmo laudo apócrifo, que já foi apresentado há meses atrás, foi completamente ignorado pela justiça. Quanto ao áudio produzido de forma ilegal e unilateral com o Sr. Manoel, há anos atrás, ressalta-se que ele foi desmentido em sede policial pelo próprio caseiro, sendo uma das causas que levaram o Ministério Público a denunciar os filhos de Cid pela prática de denunciação caluniosa, atualmente em curso na 1ª vara criminal da comarca de Petrópolis”, escreveu a defesa.
Com a divulgação do laudo, a defesa da família de Cid Moreira pretende anexar as conclusões ao processo em curso, reforçando a argumentação de que documentos trabalhistas foram produzidos sem o conhecimento do jornalista. O caso agora ganha um novo capítulo, que pode resultar em responsabilizações civis e criminais.
Nenhum comentário disponível no momento.
Comentários
Deixe seu comentário abaixo: