O prédio das amigas: como nasceu um novo conceito de moradia e comunidade

Por Elisa Rosenthal Publicado em 6 de maio de 2025 às 09h39. 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
O prédio das amigas: como nasceu um novo conceito de moradia e comunidade

Idealizado pela engenheira e economista Denise Damiani, o “Prédio das Amigas” — o edifício Jabuticaba — é um marco da inteligência coletiva, da reconexão com o morar e da potência criativa feminina no setor imobiliário

O nome já diz muito. Jabuticaba: uma fruta única, nativa do Brasil, que cresce no tronco da árvore e não nos galhos — quase uma metáfora viva de como é possível florescer com autenticidade, mesmo fora do convencional. Foi com esse espírito que nasceu o Edifício Jabuticaba, uma ideia-semente plantada por Denise Damiani e um grupo de amigas com um sonho em comum: viver bem, com conforto, natureza, afeto e comunidade.

Nos encontramos em um café em São Paulo, onde ela compartilhou insights do seu MBA em Real Estate pela POLI-USP — e, mais que isso, levantou questionamentos provocadores: as planilhas financeiras tradicionais conseguem, de fato, capturar as nuances da experiência do morar? Foi ali que entendi: Denise não propõe um prédio, propõe uma visão. Foi um momento de conexão imediata.

Nos encontramos em um café em São Paulo, onde ela compartilhou insights do seu MBA em Real Estate pela POLI-USP — e, mais que isso, levantou questionamentos provocadores: as planilhas financeiras tradicionais conseguem, de fato, capturar as nuances da experiência do morar? Foi ali que entendi: Denise não propõe um prédio, propõe uma visão. - Elisa Rosenthal

Veja também

Denise, conhecida por sua trajetória como consultora financeira, autora do livro Ganhar, Gastar, Investir – O livro do dinheiro para mulheres e ativista pela equidade de gênero, não criou apenas um prédio. Criou um manifesto contra o modelo engessado das incorporadoras tradicionais. O Jabuticaba é um projeto onde as áreas comuns não são decorativas, mas extensões reais da vida. Onde o condomínio inclui serviços de hotelaria, e a regra número um é “gente colaborativa, não chata”, em suas próprias palavras. Um lugar

onde mais da metade dos moradores tem mais de 60 anos, e a outra parte está na faixa dos 30 a 40 — formando uma rede intergeracional que troca, cuida, celebra e aprende junto.

A história do Jabuticaba começou como “o prédio das amigas”, mas logo cresceu. “A ideia era morarmos com muito conforto, perto da cidade, num lugar com natureza e uma comunidade de ajuda mútua e diversão. O resultado final foi isso e muito mais: velhos amigos, novos amigos, espírito de cultura, lazer, bem-estar, arte e música, num espaço premium, quite luxury” (luxo sutil, sem ostentação), diz Denise.

Desde o início, o processo foi participativo. As futuras moradoras estiveram envolvidas nas decisões de planta, layout, escolha de acabamentos e definição dos usos coletivos. Isso garantiu uma aderência profunda entre o projeto e o estilo de vida de quem, de fato, iria habitá-lo. A arquitetura é contemporânea, com unidades diversas em metragens e terraços generosos. As áreas comuns incluem piscina, coworking, lavanderia coletiva, academia, wellness center, jardins, unidades studio para uso apenas de visitantes dos moradores e até cozinheira opcional no condomínio. Tudo entregue pronto e com custo mensal competitivo.

Imagem do artigo

Imagem ilustrativa do espaço gourmet coletivo (Divulgação)

Mas essa visão não surgiu do nada. Antes do Jabuticaba, Denise coordenou o Amora, um prédio com apartamentos de 50 m² voltado a jovens com menor poder aquisitivo. “Ali, jovens já se encantaram por morar bem, com conforto e serviços prontos. Tudo entregue pronto, pensado para ser vivido.” A experiência serviu como laboratório: o Amora mostrou que mesmo com poucos metros quadrados, é possível criar pertencimento e conforto.

Imagem do artigo

Imagem ilustrativa da fachada (Divulgação)

Esses dois projetos, juntos, são uma lição poderosa. Eles mostram que é possível romper com o tradicionalismo do mercado e pensar o morar com mais humanidade, inteligência e conexão. Um modelo de incorporação mais sensível, onde o valor está também na experiência, nas relações, no cotidiano. Um modelo que desafia a lógica do metro quadrado pelo metro vivenciado.

A trajetória de Denise — como autora, investidora e criadora de comunidades — mostra como a inteligência feminina, coletiva e afetiva pode transformar não só um prédio, mas o próprio setor. Jabuticaba é, assim, um fruto original — que propõe novas formas de viver e inspira o mercado a evoluir.

Comentários

Deixe seu comentário abaixo: