Crime brutal com mais de 50 facadas chocou Goiás; rapaz de 28 anos não aceitava o término e foi levado à delegacia pelo pai após feminicídio

Um crime de feminicídio ocorrido em Caldas Novas (GO) gerou revolta e repercussão nacional. Ana Flávia Mendes da Silva, de apenas 25 anos, foi assassinada com extrema violência na última quarta-feira (3). O autor do crime é seu ex-companheiro, Danilo Silva Nunes, de 28 anos, que confessou o assassinato ao próprio pai, dizendo que havia matado Ana com mais de 50 facadas. Diante da confissão, o pai decidiu levar o filho até a delegacia e entregá-lo à polícia.

Segundo as investigações da Polícia Civil de Goiás, Danilo não aceitava o fim do relacionamento. Após invadir a casa da vítima, ele desferiu dezenas de golpes de faca contra Ana Flávia, especialmente no pescoço e no tórax. O crime foi cometido na frente da filha da vítima, uma criança de apenas cinco anos, que também estava no local.

Crime premeditado e com sinais de feminicídio

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pereira, o crime foi premeditado. Danilo já havia demonstrado comportamento possessivo e agressivo após o fim do relacionamento. Em depoimento, ele afirmou ter "perdido o controle" ao ver a ex-companheira, o que reforça o padrão de violência comum em casos de feminicídio.

A brutalidade do ataque e o histórico de controle emocional colocam o caso dentro da tipificação legal de feminicídio qualificado, agravado pelo fato de a vítima ter sido surpreendida em sua residência e na presença da filha.

Brasil registra um feminicídio a cada 6 horas

Infelizmente, o caso de Ana Flávia se soma a um número crescente de mortes violentas de mulheres no Brasil. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 1.437 feminicídios em 2023, o que equivale a uma mulher morta a cada seis horas por motivações ligadas ao gênero. Em Goiás, os números seguem alarmantes, com mais de 30 casos registrados apenas no primeiro semestre de 2024.

Alerta para sinais de relacionamentos abusivos

O caso reacendeu discussões sobre a importância de identificar os sinais de um relacionamento abusivo. Isolamento, controle, ciúmes excessivos e ameaças verbais são alguns dos principais indícios. Especialistas alertam que a violência raramente começa de forma física, mas vai se intensificando com o tempo.

A decisão do pai de Danilo de entregá-lo à polícia foi vista por muitos como um ato de coragem e justiça, apesar da dor envolvida. A atitude reforça a importância de não acobertar crimes — mesmo quando envolvem membros da própria família.

Como denunciar violência contra a mulher

A violência contra a mulher pode e deve ser denunciada, mesmo de forma anônima. Para isso, estão disponíveis diversos canais de atendimento, como a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Em casos de emergência, é possível acionar a Polícia Militar pelo número 190. Também há delegacias especializadas no atendimento à mulher em diversas cidades, além do aplicativo “Proteja Brasil”, disponível gratuitamente para celulares Android e iOS, que permite realizar denúncias e localizar serviços de apoio nas proximidades.