Uma protagonista da novela da Globo sofreu preconceito em uma crítica publicada há 30 anos; o folhetim se tornou um sucesso grandiosos

Uma das maiores obras da teledramaturgia chegou às telinhas há 30 anos: História de Amor. A obra escrita por Manoel Carlos sofreu com uma crítica preconceituosa contra uma das suas Helenas e precisou mudar o visual de Regina Duarte. Consagrada como um dos maiores títulos da teledramaturgia, a obra recebeu até mesmo uma reprise atual.

Preconceito

Protagonizada por Duarte, sendo esta a primeira Helena da carreira da atriz, a obra recebeu uma crítica e com teor preconceituoso de um telespectador no Jornal do Brasil, como relembra Nilson Xavier, do Teledramaturgia. A personagem usava um penteado com uma longa trança. Ele escreveu uma carta, publicada no veículo, em que tecia um comentário com teor racista: "O que está havendo com o cabelo da Regina Duarte? Tenho duas dicas: um permanente afro ou um corte na altura do pescoço. Aquela trança dá a ela um aspecto de favelada". Sem contestar, a Globo apenas mudou o visual, dando a ela um cabelo solto, liso e curto.

Fora isto, a novela obteve aclamação crítica. O folhetim veio após o remake de Irmãos Coragem, que fracassou em elevar os índices de audiência com a releitura da trama clássica. Na Folha de S.Paulo, o jornalista Sérgio d'Ávila escreveu: "Nada melhor que o remake de um sucesso para deixar claro o desejo de inovar cada vez menos a teledramaturgia da casa. Mas mudou a direção e o estilo de filmagem no meio do jogo, e a emissora não pôde voltar ao tradicional. Com História de Amor deve conseguir. A cena inicial garante que não haverá sustos no decorrer do período: pôr-do-sol, gaivotas, Corcovado e fundo musical de Ivan Lins".

Regina contou, ao Memória Globo, que pediu a Boni que prolongasse a trama, por ter o desejo que não acabasse nunca a história de Helena. A atriz até sugeriu que virasse um seriado e tivesse inúmeras temporadas, mas o diretor foi categórico: "História de Amor eu não queria que acabasse nunca. Eu cheguei a dizer para o Boni: 'Não dá para ficar como aqueles seriados de antigamente, que duravam cinco, dez, quinze anos?' Eu queria ficar fazendo História de Amor para sempre. Ele ria e dizia: 'Não. Tem que acabar. Mas a gente faz outra depois'. E, realmente, um ano depois, ele me chamou para fazer o que, para mim, era História de Amor 2, mas que teve o nome de Por Amor. E ainda chamou a Gabriela para fazer a minha filha. Foi o máximo!".

A obra recebeu algumas reprises: no Vale a Pena Ver de Novo foi reexibida de 2001 a 2002. No antigo canal Viva, em 2014, também foi exibida. Em 2025, esteve na Edição Especial por conta de seus 30 anos, sendo a substituta de Cabocla.