Garoto mata pais e aciona alerta sobre os perigos do mundo digital na adolescência

Por Rebecca Rachel Publicado em 28/06/2025, às 09h19 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Garoto mata pais e aciona alerta sobre os perigos do mundo digital na adolescência

Adolescente de 14 anos confessa matar os pais e reacende as preocupações sobre a exposição de crianças e adolescentes no mundo digital; entenda

O caso do adolescente de 14 anos que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos, em Itaperuna (noroeste do Rio), chocou o país e reacendeu as preocupações sobre a exposição de crianças e adolescentes à internet e aos ambientes virtuais. Fontes ligadas à investigação apontam que a tragédia pode estar relacionada à negativa dos pais em permitir que o jovem viajasse para encontrar sua namorada virtual, de 15 anos, moradora de Água Boa (MT). Ele iniciou contato com a garota aos 8 anos, por meio de um jogo online, e manteve relacionamento frequente desde então.

Detalhes do caso

A jovem foi ouvida pela polícia em sua cidade e os investigadores aguardam novos dados para saber se ela tinha ciência do crime ou algum envolvimento. Na casa da família houve apreensão de uma bolsa com roupas e celulares dos pais, indicando possível planejamento de fuga após o ocorrido.

A jovem foi ouvida pela polícia em sua cidade e os investigadores aguardam novos dados para saber se ela tinha ciência do crime ou algum envolvimento. - Rebecca Rachel

Segundo a 143ª DP de Itaperuna, o garoto usou a internet para pesquisar como sacar o FGTS de pessoas falecidas – acessou o aplicativo com o celular do pai e descobriu que havia cerca de R$ 33 mil disponíveis. Ele também contou que tomou energético para se manter acordado e esperou todos dormirem antes de disparar a arma registrada em nome do pai, que possuía porte de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

Alerta dos perigos virtuais

Apesar de as autoridades ainda investigarem possíveis transtornos mentais, especialistas chamam atenção para reflexos severos do ambiente digital sem supervisão. A juíza Vanessa Cavaliere, do projeto Eu Te Vejo, enfatizou: "O que eu sempre digo é que a internet não é um lugar seguro para crianças e adolescentes estarem sozinhos, nem os jogos online. E os pais precisam monitorar, precisam supervisionar, precisam ler as conversas no chat… para evitar… um envolvimento emocional". Ela lembrou também a frequência de casos em que adolescentes mantêm relações virtuais intensas e até fogem de casa.

O pediatra Daniel Becker destaca os impactos emocionais e sociais do uso excessivo da internet. Ele alerta sobre o acesso a violência extrema e ideologias radicais, que podem "banalizar a violência" e transformar um crime em "algo possível de se realizar". Segundo ele, é fundamental que pais incentivem atividades no mundo real, mantendo presença, diálogo e vínculos sólidos em família e na escola para proteger os jovens do isolamento virtual.

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