Homem é morto 'por engano' pela PM e viúva aponta racismo: 'Só porque é um jovem negro'

Por Tom Henrique Publicado em 07/07/2025, às 10h19 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Homem é morto 'por engano' pela PM e viúva aponta racismo: 'Só porque é um jovem negro'

A viúva de Guilherme Dias Santos Ferreira desabafa e diz que ele foi morto 'por engano' pela PM por racismo

Guilherme

A morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, jovem negro de 26 anos, gerou revolta e comoção entre familiares e amigos após ele ser baleado por um policial militar na Zona Sul de São Paulo. Guilherme havia acabado de sair do trabalho como marceneiro e se dirigia ao ponto de ônibus quando foi atingido na cabeça. Ele carregava apenas uma marmita, talheres, um livro e as roupas do trabalho. Para sua esposa, Sthephanie Ferreira, o assassinato foi motivado por racismo. “Só porque é um jovem negro, preto e estava correndo para pegar o ônibus, [ele] atirou. O que é isso? Que mundo é esse?”, questionou, indignada.

A morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, jovem negro de 26 anos, gerou revolta e comoção entre familiares e amigos após ele ser baleado por um policial militar na Zona Sul de São Paulo. - Tom Henrique

Ferreira

O crime aconteceu na noite da última sexta-feira (4), em Parelheiros. De acordo com o boletim de ocorrência, o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida alegou ter reagido a uma tentativa de assalto cometida por motociclistas e, confundindo Guilherme com um dos suspeitos, atirou novamente. A Polícia Civil reconheceu que o jovem não teve qualquer envolvimento no caso e foi considerado oficialmente como vítima. Testemunhas e colegas de trabalho apresentaram imagens do ponto eletrônico da empresa, provando que Guilherme saiu às 22h28 — o disparo fatal ocorreu minutos depois, às 22h35.

Dias

Sthephanie relatou que o marido costumava manter contato constante com ela e que havia enviado uma mensagem às 22h38 avisando que já estava a caminho de casa. Ao notar a demora, ela estranhou: “Ele nunca chegava tarde. Se tivesse qualquer problema, sempre me avisava.” O corpo de Guilherme foi encontrado horas depois pelo cunhado, ainda na rua. Ela recorda: “Ele estava lá jogado, não pudemos nem chegar perto.” A viúva ressaltou que o marido era um homem religioso, dedicado à família e ao trabalho. “Era do serviço pra casa, da casa pra igreja. Nunca se envolveu com nada errado.”

O policial foi preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 5.600 e responde em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A arma utilizada, uma pistola Glock da Polícia Militar, foi apreendida. A investigação segue com análise da perícia técnica, que examinará os estojos de munição e demais provas. 

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