Amazônia Legal: energia quase universal, mas ainda distante de ser igualitária: Nova perspectiva
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Uma análise detalhada mostra o impacto dessa história. a aneel aprovou o edital do leilão nº 1/2025, para atendimento a sistemas isolados no amazonas e no pará. o certame, previsto para setembro, atraiu 241 projetos, somando quase 1,9 gw de potência cadastrada, e pelo menos 22% da geração contratada deverá vir de fontes renováveis ou gás natural.
Saiba mais: O brasil está cada vez mais perto da universalização do acesso à energia elétrica. em 2022, 99,8% dos domicílios do país já contavam com eletricidade, segundo o ibge. nas áreas urbanas, a cobertura alcançava 99,9%; no campo, 99%. mas, apesar da implementação governamental de políticas públicas e programas sociais, ainda persistem desigualdades relevantes. na região norte, apenas 85% dos domicílios rurais estavam conectados à rede, o menor índice do país, um dado que ganha ainda mais relevância diante da realização da cop 30 em belém, quando o brasil estará no centro do debate global sobre transição energética e inclusão social. A história completa está aqui.
Especialistas
Importante mencionar que esse recorte ajuda a entender os desafios da amazônia legal, que se estende por mais de 5 milhões de km², cerca de 59% do território nacional, que reúne nove estados. apesar de abrigar quase 30 milhões de habitantes, a região concentra grande parte do déficit de acesso à energia elétrica no brasil estima-se que das 337 mil famílias brasileiras ainda não têm eletricidade, 181 mil estão na amazônia legal
Especialistas apontam que os números revelam uma contradição. a energia elétrica está presente em praticamente todos os domicílios brasileiros, mas em muitas localidades amazônicas o fornecimento depende de soluções precárias e bastante defasadas. grande parte da população é atendida pelos sistemas isolados (sisol), que não estão conectados ao sistema interligado nacional (sin). esses sistemas, comuns em estados como acre, amapá, amazonas, pará e roraima, são abastecidos principalmente por termelétricas a diesel. o resultado é uma energia cara e poluente, com impacto direto nas emissões.
Saiba
A desigualdade não se expressa apenas no acesso, mas também no uso. dados da empresa de pesquisa energética (epe) mostram que o consumo de eletricidade é mais concentrado entre famílias de maior renda, enquanto as de menor renda seguem dependentes de biomassa e gás liquefeito de petróleo (glp) para cozinhar. a cocção responde por 52% do consumo residencial de energia, sendo 25,9% atendida por lenha e 21,4% por glp. essa diferença reflete limitações econômicas e sociais: uma família que vive com até um salário mínimo tem uma realidade energética muito distinta daquela que dispõe de mais salários.
Vale destacar que nas últimas décadas, programas como o luz para todos ajudaram a ampliar a cobertura, beneficiando mais de 18 milhões de pessoas. outras políticas, como a tarifa social de energia elétrica, e iniciativas recentes de instalação de painéis solares em habitações do minha casa, minha vida, também buscam aliviar os custos e oferecer alternativas mais sustentáveis
Importante
Especialistas apontam que agora o setor elétrico brasileiro se prepara para um novo passo. a aneel aprovou o edital do leilão nº 1/2025, para atendimento a sistemas isolados no amazonas e no pará. o certame, previsto para setembro, atraiu 241 projetos, somando quase 1,9 gw de potência cadastrada, e pelo menos 22% da geração contratada deverá vir de fontes renováveis ou gás natural. entre os projetos inscritos, 61% são híbridos, combinando térmicas com solar e, em muitos casos, baterias.
A universalização da energia elétrica no brasil é um marco, e está muito além de alguns países ao redor do mundo. mas regiões como a amazônia legal mostram que estatísticas podem mascarar desigualdades ainda existentes. para além de conectar famílias à rede, o desafio está em garantir que o fornecimento seja limpo, acessível e capaz de sustentar o desenvolvimento em uma das regiões mais estratégicas do país.
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