Brasilidade como ativo de negócio: como as marcas podem gerar valor além do mercado local: Nova perspectiva

Por Juliana Pio 19 de setembro de 2025 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Brasilidade como ativo de negócio: como as marcas podem gerar valor além do mercado local: Nova perspectiva

Uma análise detalhada mostra o impacto dessa história. De segmentos distintos — beleza, moda e fitness — e com estruturas de capital diversas, as executivas convergiram em uma conclusão: branding precisa ser entendido como gestão de valor, e não apenas como comunicação. a integração de branding e performance reflete uma mudança estrutural: cada vez mais, as duas dimensões deixam de...

Confira como Rio de janeiro – “o brasil é a oitava economia do planeta, mas não tem marcas entre as 100 mais valiosas globalmente.” a frase, baseada no estudo brand finance brazil 2025, foi dita por ana couto, especialista em branding, na abertura do festival é,faz&fala 2025, realizado nesta sexta-feira, 19, no museu do amanhã, no rio de janeiro. o encontro contou com a curadoria de diego barreto (ifood), cris naumovs (consultora em criatividade), luiz antônio simas (escritor) e adriana barbosa (preta hub). A história completa está aqui.

É essencial notar que a provocação abriu o debate sobre como transformar a brasilidade em ativo estratégico e converter potencial cultural em valor de marca. os números apresentados por couto reforçaram o contraste hoje, 63% dos brasileiros dizem confiar mais em empresas do que em governos (edelman, 2024); 90% confiam em companhias com propósito (inpress brasil, 2021); e 81% preferem consumir de marcas que promovem diversidade (edelman, 2025) mesmo assim, apenas duas brasileiras aparecem entre as 500 mais valiosas do mundo, ambas do setor bancário

É essencial notar que a provocação abriu o debate sobre como transformar a brasilidade em ativo estratégico e converter potencial cultural em valor de marca. - Juliana Pio

De acordo com informações, diante desse cenário, o evento promovido pela agência anacouto colocou em pauta como transformar confiança, propósito e diversidade cultural em vantagem competitiva, permitindo que marcas nacionais avancem de players locais a referências globais. a reflexão guiou o painel 'como o branding pode revelar potências culturais e impulsionar negócios que carregam nossa identidade', com sissi freeman (granado), renata altenfelder (renner) e alessandra sekeff (bluefit).

De segmentos distintos — beleza, moda e fitness — e com estruturas de capital diversas, as executivas convergiram em uma conclusão: branding precisa ser entendido como gestão de valor, e não apenas como comunicação.

Capital e branding: o peso da estrutura

Vale destacar que o debate começou pelo impacto da estrutura de capital nas estratégias de marca. sissi freeman destacou que a granado, por ser de capital fechado e verticalizada, consegue testar e mudar com rapidez “o rebranding para nós foi mudar uma embalagem e abrir loja, em vez de grandes campanhas massivas”, disse

De acordo com informações, hoje, 70% do negócio ainda vem do atacado, com forte presença em farmácias e perfumarias, mas a empresa também soma mais de 100 lojas próprias no brasil, 10 no exterior e e-commerce próprio. a internacionalização, retomada há quase dez anos com a entrada no bon marché, evidenciou diferenças culturais: “o consumidor estrangeiro vira a embalagem e pergunta sobre ingredientes, algo que só agora começa a acontecer aqui.”

Além disso, na renner, renata altenfelder lembrou que a companhia foi pioneira no brasil ao adotar o modelo de corporation pulverizada, sem controlador majoritário. “não temos um sócio dominante; tenho 125 mil chefes”, afirmou. essa multiplicidade de acionistas amplia a necessidade de consistência e transparência.

Vale destacar que “branding não é só para o consumidor; impacta colaboradores e investidores. há responsabilidade ampliada sobre o valor da marca ” a cmo disse ainda que a companhia integra índices internacionais de sustentabilidade, como o dow jones, e ocupa a 11ª posição no ranking da interbrand brasil, fatores que elevam a pressão sobre a área de marketing

Segundo fontes, já alessandra mattos sekeff, da bluefit, trouxe a visão do private equity. o mubadala, que detém 51% da rede de academias, cobra retorno financeiro, mas também incentiva a construção de marca como parte da valorização da empresa. “é uma cobrança forte, mas acompanhada de investimento em pessoas e expansão”, afirmou. para a ceo, branding entra diretamente na equação de valor: “construir marca deixa a empresa mais valiosa.”

O desafio de traduzir a brasilidade

Por outro lado, o painel avançou para a brasilidade como diferencial competitivo. freeman, da granado, destacou que exportar a identidade nacional exige evitar estereótipos: “o estrangeiro enxerga só o carnaval, o rio ou a amazônia. nosso trabalho é mostrar que o brasil é muito mais.” ela citou ainda entraves regulatórios: “a lei da biodiversidade criou barreiras para nós, enquanto estrangeiros avançam usando ingredientes brasileiros.”

Importante mencionar que altenfelder, da renner, ressaltou a capacidade de adaptação como traço cultural: “o brasileiro tem habilidade única de interpretar tendências e usá-las a seu favor. mas precisamos olhar além do eixo rio-são paulo e valorizar a diversidade cultural como ativo de marca ” segundo ela, há um paradoxo a ser revertido: fora do país, consumidores costumam valorizar mais os produtos brasileiros do que o público interno

De acordo com informações, sekeff trouxe um exemplo prático da regionalização da bluefit: “em salvador oferecemos aula de axé; em são paulo, outro perfil. em algumas cidades usamos carro de som, em outras instagram. não existe plano nacional único. a experiência precisa refletir a cultura local.”

Branding e performance: fronteiras dissolvidas

A relação entre branding e performance, conhecida discussão do setor, também entrou em pauta. altenfelder afirmou que a divisão entre os dois campos perdeu sentido: “não existe mais dilema. toda hora é hora de construir marca e de performar, falou a executiva da renner.

Importante mencionar que o desafio, segundo ela, é convencer conselhos de administração. “ainda nos perguntam pelo last click e pelo número de seguidores precisamos mostrar que branding gera valor no longo prazo ”

Especialistas apontam que a diretora de marketing da granado acrescentou a perspectiva financeira: “lucro é o oxigênio da organização. sem resultado positivo, não há reinvestimento em branding.” para ela, o alto custo de capital no brasil impõe pragmatismo que não aparece nos cases internacionais: “não dá para replicar modelos de fora sem adaptar à nossa realidade.”

Na visão da ceo da bluefit, o investidor também contribui para esse equilíbrio: “o fundo pressiona por retorno, mas injeta recursos para acelerar. branding passa a ser entendido como construção patrimonial, e não gasto separado.”

Redes sociais: palco de experimentação

Vale destacar que as redes sociais apareceram como ferramentas de rejuvenescimento, vendas e governança. freeman, da granado, citou o exemplo de um sabonete de enxofre centenário, que ganhou novo fôlego após viralizar no tiktok: “era um produto estável, com vendas médias de 100 mil unidades por mês virou o quarto item mais vendido da empresa ”

Especialistas apontam que para altenfelder, as redes funcionam como mídia e como radar: “uma collab com a marca luffy esgotou em minutos e trouxe novos consumidores para a renner. ao mesmo tempo, qualquer falha de atendimento ou governança se torna pública em segundos.”

Na visão de sekeff, o setor fitness ainda amadurece no digital, mas o ambiente online abre espaço para diferenciação. ‘é um mercado pulverizado, muitas vezes pouco estruturado. branding e experiência são o que nos permite competir’, afirmou.

Propósito e disciplina no centro do empreendedorismo

Vale destacar que quando questionadas sobre o impacto de seus aprendizados em negócios menores, as executivas foram unânimes sobre a importância do propósito. “ninguém constrói uma marca em que não acredita é preciso ser o primeiro usuário do que se vende, diz freeman, da granado

De acordo com informações, disciplina e foco como sustentação foram alguns dos fatores destacados pelas executivas. “sonho é essencial, mas governança e foco no cliente garantem sustentabilidade. nem sempre as oportunidades do caminho são para você”, falou a cmo da renner. “é possível começar pequeno, mas sem consistência e execução não há crescimento, complementou sekeff, da bluefit.

Autenticidade, diversidade e impacto social: Uma nova visão

Por outro lado, no fechamento, cada executiva apontou um caminho distinto para fortalecer marcas brasileiras. freeman, da granado, falou sobre autenticidade e defendeu que a valorização da biodiversidade e da sustentabilidade é essencial para levar “o brasil verdadeiro” para dentro e fora do país.

É essencial notar que altenfelder, da renner, destacou a diversidade como ativo estratégico, lembrando que só será possível chegar ao grupo das grandes marcas globais quando o país reconhecer e incorporar suas diferenças. já sekeff, da bluefit, enfatizou o impacto social, ressaltando que estimular o exercício físico pode transformar comunidades e, ao mesmo tempo, reforçar a proposta da empresa para ana couto, branding é como crédito em banco construção diária, que garante fôlego em crises sem deixar a conta no vermelho, finaliza

Tendências de marketing reveladas pelo painel

De acordo com informações, do debate emergem sinais de transformação no mercado brasileiro. a regionalização aparece como contraponto à padronização global, com marcas ajustando experiências a sotaques locais. a integração de branding e performance reflete uma mudança estrutural: cada vez mais, as duas dimensões deixam de disputar orçamentos e passam a compor o mesmo ciclo de valor.

As redes sociais, por sua vez, se consolidam como laboratórios de rejuvenescimento, capazes de transformar produtos tradicionais em fenômenos contemporâneos. já a crescente pressão por governança — de investidores, acionistas e consumidores — amplia o peso do propósito como métrica de negócios. em comum, a visão de que a brasilidade, traduzida em autenticidade e disciplina, pode ser mais do que identidade cultural: pode se tornar estratégia consistente de crescimento.

Festival É,Faz&Fala 2025

Vale destacar que o festival é,faz&fala chegou à edição 2025 com o tema central da brasilidade como estratégia de marca e inovação. realizado no museu do amanhã, no rio de janeiro, o evento reuniu 370 participantes presenciais e cerca de 5 mil online, com painéis, palestras e workshops distribuídos em três eixos: inspirar, construir e conectar

De acordo com informações, promovido pela agência anacouto, referência em branding no brasil, o festival contou com a curadoria de ana couto (branding), cris naumovs (criatividade), diego barreto (tecnologia e negócios), luiz antônio simas (brasilidade) e adriana barbosa (inovação social).

Além do encontro principal, realizado nesta sexta, 19, a programação incluiu talks online e workshops práticos ao longo do mês. o festival também integra um ecossistema que contempla o podcast é,faz&fala, a plataforma de educação laje e o livro “a (r)evolução do branding”, de ana couto.

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