Clara Moneke reflete sobre papel em novela da Globo: 'Existe no mundo para além de ser uma mulher negra'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Clara Moneke revela mais detalhes de seu papel como Leona em Dona de Mim, novela das sete da Globo
No ar com sua primeira protagonista em novelas, Clara Moneke celebra o sucesso de Dona de Mim, trama das 19h da TV Globo. A atriz, que acredita viver um sonho, fala sobre representatividade e os novos rumos pessoais e profissionais em entrevista à Contigo! Novelas.
Leo é sua segunda protagonista, a primeira foi no filme Ritmo de Natal. Como o público vê uma mulher como você representando essa protagonista?
A população preta, a gente vive diversos desafios na vida e o principal desafio é só existir, é sobreviver, para além do racismo e de tudo que permeia, é uma vida, é uma família, uma conta de luz, desemprego e tudo isso permeia a nossa a cor da nossa pele. Consegui trazer uma personagem para o público que é uma mulher negra, retinta, que usa tranças, feitas por mulheres negras também. É uma mulher que cai, mas levanta, ela chora, mas é feliz, tem amigos. É muito bom mostrar que a gente não é só tristeza, que a gente não é só histórias de racismo, que a gente também vive histórias de amor, triângulos, quartetos amorosos, que a gente ama. É muito bom para mim, que o maior desafio da vida da Leo não é ser uma mulher negra, é ser uma mulher. Ela existe no mundo para além de ser uma mulher negra. Os desafios não são só sobre a cor da pele dela. Então é muito bonito poder mostrar essa realidade, porque a novela serve de inspiração para as pessoas.
Como se sente com o sucesso da novela?
Estou vivendo um sonho! A Leona veio como um presente na minha vida e ter essa resposta do público é muito importante. Estou feliz de estar dando certo.
O telespectador se envolveu com a história...
Eu amo fazer novela, porque é para o público e ele responde. Acho isso muito bom. Tanto quando a galera está gostando, quando reclama de algumas coisas. Isso faz parte, é isso que faz a novela. Para mim seria estranho se todo mundo gostasse muito de tudo, acho que a novela é para intrigar mesmo, constranger, tornar situações desconfortáveis. Novela é pra isso, não é só pra gente rir e gostar de tudo, amar todos os personagens. Novela é feita para mudar alguma coisa e, para mudar, a gente precisa abalar um pouco as estruturas.
Te param na rua para comentar sobre?
Muito! Desde Vai na Fé as pessoas me chamam de Kate e isso é até hoje, mas a Leo está conseguindo abrir um espaço lindo, estou sendo reconhecida como Leo nas ruas e isso é muito legal. Eu tinha receio de ser a Kate pra sempre, mas a Leo entrou com tudo.
Leo está sendo disputada por três. O que ela tem?
É uma mulher brasileira, ainda traz uma pitada de África. Vou fazer o que [risos]? Acho que a Léo encanta muito as pessoas pela personalidade. Ela é uma mulher forte, bonita, engraçada. Ela não sabe sempre o que quer, isso é bom, essa instabilidade. A imperfeição da Leo é o que faz as pessoas se apaixonarem.
Você torce por Marlon (Humberto Morais), Davi (Rafael Vitti) ou Samuel (Juan Paiva)?
Eu torço por todos. Juro. Acho que o Davi já está um pouco fora, né? O Davi foi uma relação engraçada, que fez a Leo crescer e mudar, de várias formas. E agora parece que vai ser esse triângulo com Marlon e Samuel. O Marlon tem uma importância muito forte na história da Leo, é um grande amor. Existe ainda um sentimento mal resolvido entre eles. O Samuel ainda é uma possibilidade e o novo também é muito gostoso, dá vontade de viver. Então não sei, torço para os dois, mas o público também vai fazer parte dessa decisão e isso que é o mais gostoso de fazer novela.
A Kamila (Giovanna Lancellotti) virou vilã aos olhos do público por se envolver com o ex-noivo da melhor amiga. Pra você, ela foi talarica?
Talarica é uma palavra forte, porque eles já não estavam juntos há muito tempo. Mas eu jamais faria isso. Acho que houve uma história muito forte entre eles dois e faltou um pouco de sensibilidade da Kami.
Já teve uma Kamila na sua vida?
Nunca, graças a Deus! E se tivesse, já estaria fora da minha vida [risos]! Sou muito ciumenta. As minhas amizades costumam ser muito fiéis em tudo. Acho que teriam muito mais conversas do que teve.
Com a chegada do pai biológico da Sofia (Elis Cabral), Leo será ainda mais essencial pra ela?
A Sofia está nessa família há sete anos, mas ela nunca conseguiu se prender a alguém como ela se prendeu a Leo. Vejo a Leo como um porto seguro para ela, é a pessoa em quem ela confia. A Leo é a base mesmo da Sofia. Então todas as situações, as cenas que virão, a Leo estará sempre com a Sofia. Elas se apoiam muito. Da mesma forma que a Sofia é a força da Leo, ela se reencontrou. As pessoas falam muito sobre: ‘Mas a Leo não tem um sentido ainda para a vida dela, a personagem não tem propósito’. Mas quantas vezes a gente não se viu perdido na vida e uma coisa que você nunca imaginou que pudesse te dar força é o que te fortalece. A gente está em 1/3 da novela, então a Sofia está servindo como uma redescoberta. E a partir disso, ela vai começar a buscar as coisas da vida dela. Como a maternidade também pode ser um sonho de uma mulher. As pessoas costumam julgar muito as mães assim: ‘Nossa, você largou tudo para ser mãe’. Mas o sonho de muitas mulheres é ser mãe. Não é o sonho da Leo, mas também é o sonho da Leo. Então como esse cenário maternal entrou na vida dela, está curando muita coisa, para que ela consiga correr atrás de todos os outros sonhos. É um encontro em que acredito, uma precisa muito da outra. É uma simbiose muito bonita.
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