Como ex-The Voice Kids morreu? Neurocirurgião explica causa da morte precoce

Karen Silva, a ex-The Voice Kids, morreu aos 17 anos em Volta Redonda (RJ); veja explicação de médico
A jovem cantora Karen Silva, que ganhou fama nacional ao participar do The Voice Kids em 2020, faleceu aos 17 anos em Volta Redonda (RJ). A adolescente estava internada há alguns dias no Hospital São João Batista, onde teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) do tipo hemorrágico, conforme informou sua assessoria. Agora, Feres Chaddad, professor e chefe da disciplina de Neurocirurgia da UNIFESP, explicou para a CONTIGO! a causa da morte da jovem.
Qualquer um pode ter um AVC?
Segundo o médico, qualquer pessoa pode ser acometido com o acidente: desde o período pré-natal até a fase adulta: Entre jovens adultos, de 18 a 45 anos, os casos isquêmicos representam cerca de 75% do total. No entanto, é importante ressaltar que os perfis mais propensos são idosos (principalmente após os 55 anos de idade), indivíduos com hipertensão e diabetes mal controlados, fumantes, com sobrepeso e sedentários. Além disso, outros fatores (não modificáveis) pode tornar uma pessoa mais propensa a ter AVC, como histórico familiar de AVC, ser do gênero masculino e ser negra ou hispânica.
O que pode ter causado um AVC em Karen?
Chaddad explica que mulheres jovens podem sofrer um AVC pelos motivos tradicionais como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e obesidade, mas também por outras questões: O uso de anticoncepcionais hormonais, enxaqueca com aura e tabagismo, sendo o último principal fator de risco modificável para o AVC em mulheres jovens, especialmente quando associado ao uso de anticoncepcionais.
E ressaltou: O risco é ainda maior em mulheres com predisposição genética, como aquelas com trombofilias, distúrbios caracterizados pela tendência à formação de coágulos sanguíneos.
Chances de sobrevivência
O neurocirurgião explica que as chances de sobrevivência dependem do tipo de AVC (isquêmico ou hemorrágico), rapidez no atendimento, região do cérebro afetada, extensão do dano e as próprias condições prévias de saúde do paciente. No primeiro tipo, a chance de manter a vida é maior. Vale lembrar que Karen foi vítima do AVC hemorrágico.
Em um AVC hemorrágico, onde há o rompimento do vaso sanguíneo, podendo ser extenso ou atingir regiões importantes do cérebro, há um risco de mortalidade maior (40-60% dos pacientes não sobrevivem ao primeiro mês), disse. Chaddad explica que jovens tem mais chances de sobreviver, mas ainda há possibilidade de sequelas.
As sequelas vão depender da área do cérebro atingida, e elas podem ser temporárias ou permanentes. Dentre as mais comuns encontra-se hemiparesia (fraqueza ou paralisia em um lado do corpo), afasia (alteração na fala ou linguagem), disfagia (dificuldade na deglutição), problemas de memória, atenção e julgamento, depressão, ansiedade, perda de visão parcial ou total, formigamento. Além disso, crises convulsivas podem ocorrer meses ou anos após o evento.
Como prevenir?
O professor indica que os pacientes sempre fiquem atentos aos sinais: A estratégia de prevenção é o controle dos fatores de risco, como diabetes, colesterol alto e hipertensão, além da adoção de estilo de vida saudável, que inclui uma alimentação equilibrada e prática de exercício físico regularmente.
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