Desrespeito e frieza: Saiba o que juiz disse ao empresário que matou gari em BH

Por Autor Desconhecido 15/08/2025, às 22:51 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Desrespeito e frieza: Saiba o que juiz disse ao empresário que matou gari em BH

Empresário Renê da Silva Nogueira Júnior foi preso por homicídio duplamente qualificado por atirar e matar o gari Laudemir Fernandes

Renê da Silva Nogueira Júnior foi preso por homicídio duplamente qualificado por atirar e matar o gari Laudemir Fernandes. De acordo com informações do Estadão, o juiz Leonardo Vieira RochaDamasceno afirmou que o empresário demonstrou um “total desrespeito pela vida humana”.

“A desproporcionalidade e a frieza da ação, na qual o autuado, após uma breve discussão, deliberadamente sacou uma arma de fogo, a preparou para o disparo e atirou contra um trabalhador que exercia seu ofício (...) demonstram uma periculosidade acentuada e um total desrespeito pela vida humana”, escreveu o magistrado em sua decisão.

“A desproporcionalidade e a frieza da ação, na qual o autuado, após uma breve discussão, deliberadamente sacou uma arma de fogo, a preparou para o disparo e atirou contra um trabalhador que exercia seu ofício (. - Autor Desconhecido

E completou: “Tal conduta abala profundamente a tranquilidade social e gera um sentimento de insegurança na comunidade, indicando que a liberdade do autuado, neste momento, representa um risco real à ordem pública”.

Juiz questiona empresário

Na audiência de custódia em que o acusado tem a sua prisão preventiva decretada, o juiz ainda comentou sobre a atitude de Renê após o crime. Ele treinou em uma academia horas depois de matar o o profissional de limpeza.

“Quer dizer, comete um crime desse porte, desse nível e vai treinar em uma academia. Uma situação que merece a devida apuração devido a personalidade do agente. Então, todo esse contexto, gravidade concreta dos fatos, reiteração delitiva do agente, eu acolho, para garantia da ordem pública, integralmente o parecer ministerial e converto o seu flagrante e prisão preventiva e expeço mandado de prisão nos termos conveniados”, disparou o magistrado.

O crime

Laudemir de Souza Fernandes, conhecido por colegas como um homem de coração gigante, estava na Rua Jequitibá, na região oeste da capital de Belo Horizonte, prestando serviço de coleta de lixo. O caminhão de coleta, como é comum, ocupava parte da via. Foi nesse momento que o veículo de luxo conduzido por Renê da Silva Nogueira Júnior se aproximou. A motorista do caminhão relatou que o empresário, irritado, começou a fazer ameaças, chegando a apontar a arma e dizer: se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. O motivo do crime teria sido a obstrução da passagem do carro de luxo do empresário na rua.

Em um ato de bravura, Laudemir e outros colegas tentaram intervir e acalmar a situação, mas a tensão escalou rapidamente. Foi nesse instante que o empresário efetuou um disparo, atingindo Laudemir na região do abdômen. A vítima chegou a ser socorrida por populares e encaminhada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos, deixando esposa, uma filha de 15 anos e uma mãe idosa. O caso gerou grande comoção entre familiares e colegas de trabalho, que lamentaram a perda de um profissional dedicado e querido. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) também emitiu uma nota de pesar, chamando a violência de injustificável.

Horas depois do crime, Renê foi localizado e preso pela Polícia Militar em uma academia na Avenida Raja Gabaglia. A detenção, porém, veio com um detalhe que levantou questionamentos: o suspeito, que em seu perfil em redes sociais se descrevia como cristão, esposo, pai e patriota, negou o crime em depoimento, mas acabou admitindo que a arma era da esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.

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