Exclusivo: Burnout não é “frescura”: com a NR-1, a responsabilidade ganhou um endereço
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A história por trás da notícia revela detalhes surpreendentes. as empresas que não entenderem que o bem-estar se tornou um pilar do desempenho estão, simplesmente, programando a sua própria irrelevância. com isso, ações pontuais como palestras e ginástica laboral, embora bem-intencionadas, se tornam insuficientes; a exigência é de um plano que redesenhe processos, capacite líderes e ofereça suporte de forma...
Saiba mais: A crise de saúde mental tem muitos números, mas, para mim, ela tem um som. é o som de uma notificação no teams fora de horas, de uma cultura que prega o equilíbrio, mas recompensa a exaustão. é a voz de um cliente que, ao garantir uma entrega, me disse recentemente: fica tranquilo, a gente entrega. custe o que custar, no final, a gente sempre entrega. o tom não era de orgulho, mas de puro ressentimento. A história completa está aqui.
É essencial notar que essa cultura da performance a qualquer preço é o verdadeiro pano de fundo para o custo de um trilhão de dólares anuais em perda de produtividade, inovação e talentos. os números são apenas o sintoma de um modelo de gestão que se esgotou e que está canibalizando o seu próprio futuro foi essa realidade que forçou a atualização da nr-1*, uma norma que, na prática, transforma o s de social no esg de um conceito abstrato para um manual de operações
Segundo fontes, a conta finalmente chegou. para os gestores que ainda operam no antigo paradigma, a mudança é sísmica. o que antes era uma gestão focada em riscos físicos e químicos, agora se expande compulsoriamente para a carga de trabalho, o estilo de liderança e a clareza de papéis.
A responsabilidade deixa de ser um tema exclusivo do rh e passa a ser compartilhada pela diretoria, líderes e jurídico, tornando a omissão um risco legal e financeiro explícito. com isso, ações pontuais como palestras e ginástica laboral, embora bem-intencionadas, se tornam insuficientes; a exigência é de um plano que redesenhe processos, capacite líderes e ofereça suporte de forma integrada.
Importante mencionar que o maior desafio, no entanto, não é legal, é cultural. as organizações enfrentam o paradoxo de promover o bem-estar enquanto o sistema de recompensas continua a premiar o guerreiro corporativo – aquele que responde a e-mails no sábado e se orgulha de não tirar férias
Segundo fontes, a oms já declarou que o burnout é um fenômeno do trabalho, não uma falha do indivíduo. tentar treinar colaboradores para serem mais resilientes a um ambiente tóxico é como tentar secar o chão com a torneira aberta. a solução não é distribuir mais panos; é fechar a torneira. e os colaboradores são inteligentes: eles não seguem o manual de cultura, seguem o sistema de reconhecimento.
Soluções eficazes criadas com quem está na linha de frente
O roteiro para líderes que querem vencer na nova economia começa por atuar como um arquiteto estratégico. o primeiro passo é construir o business case, apresentando os dados na linguagem do negócio. é preciso conectar o bem-estar diretamente ao p&l, mostrando quanto custa a rotatividade de um talento-chave ou o impacto da queda de produtividade nos resultados.
Importante mencionar que em seguida, o caminho pragmático combina ganhos rápidos com mudanças estruturais. implementar uma sexta-feira sem reuniões pode trazer um alívio imediato, mas a verdadeira transformação vem de um projeto paralelo para redesenhar o sistema de avaliação de desempenho, que é frequentemente a raiz da cultura de pressão acima de tudo, as soluções mais eficazes não vêm do topo; elas são cocriadas com quem está na linha de frente, usando a cipa, comitês e as equipes operacionais como consultores para garantir relevância e adoção
Especialistas apontam que mas a transformação não é uma via de mão única, dependente apenas da liderança. ela se capilariza na cultura quando cada profissional assume a sua corresponsabilidade. a mudança real acontece quando você faz uma autoavaliação honesta e se pergunta: eu consigo reconhecer meus próprios sinais de esgotamento, como a irritabilidade ou o cinismo?
Quando foi a última vez que dei um feedback real sobre minha carga de trabalho ou a de um colega? minha agenda reflete blocos de tempo para me recuperar de verdade? cuidar de si não é egoísmo; é um pré-requisito de performance sustentável e um ato de responsabilidade com a equipe.
Importante mencionar que no fim, a nr-1* é um mapa, não o destino. ela força as empresas a confrontar uma verdade inconveniente: a forma como trabalhávamos já não funciona neste cenário, há o caminho da conformidade burocrática, focado em evitar multas, e o da transformação estratégica, que usa esta oportunidade para construir uma organização onde o talento prospera
Especialistas apontam que a minha experiência é clara: o segundo caminho não é apenas o mais humano. na economia do conhecimento, é o único que será lucrativo e sustentável a longo prazo. as empresas que não entenderem que o bem-estar se tornou um pilar do desempenho estão, simplesmente, programando a sua própria irrelevância.
*a norma regulamentadora nº 1 (nr-1), do ministério do trabalho e emprego, estabelece as disposições gerais do gerenciamento de riscos ocupacionais (gro). sua atualização mais recente incluiu a obrigação explícita de as empresas identificarem, avaliarem e controlarem os fatores de riscos psicossociais no ambiente de trabalho, equiparando-os aos riscos físicos.
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