Nora de Angélica, Duda Guerra se envolveu em briga com outras adolescentes envolvendo DIX; saiba o que significa o termo

A recente polêmica envolvendo as influenciadoras adolescentes Duda Guerra, Antonela Braga, Liz Macedo e Júlia Pimentel — que respingou até na apresentadora Angélica— acendeu o alerta para uma nova questão nos relacionamentos amorosos e de amizade da geração Z: até onde vai o limite do comportamento online? A troca de follows em perfis privados como o “DIX”, usado por muitos adolescentes como espaço íntimo, virou motivo de acusações, término de namoro e até discussões entre mães e filhos.

O assunto explodiu após a segunda edição de uma viagem organizada por uma agência com as quatro criadoras de conteúdo. Durante o passeio, novos desentendimentos vieram à tona e culminaram em um vídeo publicado por Duda Guerra — namorada de Benício Huck, filho de Angélica e Luciano Huck — acusando Antonela Braga de tentar seguir o DIX do namorado.

O DIX, para quem não conhece, é um perfil secundário no Instagram, geralmente fechado, onde os usuários postam conteúdo exclusivo para amigos próximos. Duda se mostrou incomodada com a tentativa de Antonela de seguir o perfil privado de Benício, alegando que não havia intimidade entre eles e que isso representava um desrespeito.

“Talaricagem digital” ou exagero?

Com a repercussão, a web logo se dividiu: de um lado, quem achava a atitude de Antonela um sinal claro de “talaricagem” digital; de outro, quem enxergava exagero e ciúmes desproporcionais. O conflito expôs não só fragilidades nos vínculos, mas também a forma como as redes sociais — e especialmente seus espaços mais reservados — interferem nas dinâmicas emocionais dos adolescentes.

O especialista em felicidade e bem-estar Rodrigo de Aquino aponta que esse episódio é um reflexo claro de como as conexões digitais têm substituído experiências humanas básicas. “A primeira coisa que me vem à cabeça quando ouço falar sobre o DIX é a necessidade que o indivíduo tem, em algum momento, de preservar sua particularidade e sua vida pessoal. Isso não se resume a ter milhões de seguidores ou milhares de curtidas; trata-se de manter contato com um grupo restrito e valioso. Mas até que ponto esses grupos restritos são realmente compostos por pessoas que contribuem positivamente para o nosso bem-estar?”, questiona.

Redes sociais e confiança: uma nova equação

Rodrigo destaca que muitos relacionamentos hoje são vividos com mais intensidade nas redes do que no mundo real. "Essa geração está desaprendendo a se relacionar olho no olho, a ler intenções pelas expressões faciais e a interpretar gestos, habilidades que a neurociência explica por meio dos neurônios-espelho", afirma.

Para ele, o fato de um follow em um perfil fechado gerar tanto desgaste emocional mostra o quanto a confiança, um dos pilares de qualquer relacionamento, está sendo testada constantemente no ambiente digital. "Antes, o ciúme surgia diante de um comportamento concreto, um flerte, uma traição explícita. Hoje, basta um clique, uma curtida ou um novo seguidor para acender o sinal vermelho. Por isso, precisamos cuidar da autoestima, da autoimagem dos jovens, fortalecendo sua musculatura emocional e preservando sua saúde mental", diz.

O impacto emocional das redes entre os jovens

A briga pública entre adolescentes também é um alerta sobre como as redes afetam o bem-estar e a felicidade de seus usuários. "Vivemos um tempo em que aprovação e validação são buscadas a todo instante. E isso pode ser muito nocivo, especialmente para quem continua em formação. Não se trata de evitar os conflitos, que fazem parte do crescimento pessoal, mas de reconhecer os impactos prejudiciais que as redes sociais podem causar em proporções incontroláveis. Precisamos criar ambientes mais positivos, saudáveis, que promovam o desenvolvimento emocional dessa nova geração", pontua de Aquino.

Ele finaliza com um alerta: "Se não criarmos ambientes seguros para conversar sobre sentimentos reais e ensinar os jovens a lidar com frustrações fora do ambiente digital, continuaremos vendo relações frágeis, baseadas em percepções distorcidas e cobranças que não existiriam no mundo offline. Precisamos promover momentos que estimulem conexões nutritivas, saudáveis, autênticas e reais, fortalecendo laços com presença e afetos positivos".

O que poderia ser visto apenas como mais uma confusão adolescente acabou revelando questões profundas sobre os desafios das relações digitais: ciúmes, limites, intimidade e o impacto emocional das redes sociais. O DIX, nesse contexto, deixa de ser apenas um perfil fechado e se torna um espelho de como estamos (ou não) aprendendo a lidar com o outro na era digital. Inspirados pelo conceito de florescimento humano, precisamos incentivar os jovens a cultivar conexões que promovam crescimento pessoal e fortalecimento emocional. Afinal, é por meio de relações saudáveis e autênticas que eles poderão construir um futuro mais equilibrado e feliz.

QUEM É RODRIGO DE AQUINO

Rodrigo de Aquino é comunicólogo e executivo na área do bem-estar, felicidade e entretenimento com impacto social. Estuda o desenvolvimento humano desde os 14 anos. Com formação em Psicologia Positiva, Planejamento estratégico e Coolhunting, se dedica integralmente a mentorias, palestras e consultorias na área de florescimento humano e felicidade corporativa, incluindo FIB (Felicidade Interna Bruta). É embaixador em São Paulo da ONG Doe Sentimentos Positivos, Climate Reality Leadership Corp 22 e fundador do Instituto DignaMente.

FAMA DE ANGÉLICA

Angélica Ksyvickis Huck, conhecida apenas como Angélica, é uma das apresentadoras mais queridas e versáteis da televisão brasileira. Com uma carreira que começou ainda na infância, a esposa de Luciano Huck marcou gerações com programas infantojuvenis de grande sucesso nos anos 80 e 90. Ao longo dos anos, a artista transitou com desenvoltura por diversos formatos, incluindo programas de auditório, entrevistas e realities shows, consolidando-se como uma figura carismática e influente na mídia. Atualmente, segue encantando o público com seu talento e simpatia.