Sem filhos, Giorgio Armani deixou fortuna de R$ 65 bilhões. Saiba quem receberá a herança

Um dos nomes mais importantes da alta-costura, Giorgio Armani, cuja morte foi anunciada nesta quinta-feira (4/9), também já foi um dos 200 homens mais ricos do mundo, segundo a Forbes. O estilista italiano nunca se casou ou teve filhos e deixou para trás não só um legado imensurável para o mundo da moda, mas também uma fortuna avaliada em mais de R$ 65 bilhões. Ele era o único acionista da Armani, grife que já chegou a faturar mais de R$ 10 bilhões (2,3 bilhões de euros) ao ano.

Armani

Ao portal LeoDias, o especialista em direito de família e sucessões Daniel Blanck explica quais medidas foram tomadas por Armani para assegurar a continuidade da marca e para quem irá o enorme patrimônio do estilista.

O especialista explica que, independentemente do que for escrito no testamento, a lei de sucessão italiana determina que os “herdeiros legítimos” obrigatoriamente têm direito à parte da herança. O estilista tinha uma irmã mais nova, Rosanna Armani, e duas sobrinhas, Silvana e Roberta Armani, e um sobrinho, Andrea Camerana, todos com posições dentro do grupo Armani.

Giorgio

“A irmã e os sobrinhos de Giorgio Armani não são apenas herdeiros colaterais, conforme a lei italiana, como também mantêm suas posições e terão um papel ainda mais crucial na gestão do império após a morte do estilista”, explica.

Os parentes, porém, não são os únicos nomes que estarão entre os nomes no testamento de Giorgio Armani. Companheiro e braço direito do estilista, Leo Dell’Orco é o principal nome cotado para assumir a liderança da casa de alta-costura, que, conforme os desejos do próprio estilista, terá uma transição “gradual e estruturada”.

Blanck

“Embora não fosse casado oficialmente com Armani, Leo Dell’Orco era seu companheiro de longa data e foi mencionado pelo próprio estilista como um possível sucessor”, diz Blanck. “Além disso, é muito provável que ele seja um dos principais beneficiários no testamento de Armani, recebendo parte da porção ‘disponível’ da herança”, acrescenta.

Com a saúde debilitada já há alguns meses, Giorgio Armani deixou uma série de medidas cuidadosamente planejadas para garantir a independência e a continuidade da marca após sua partida. Em 2016, o estilista fundou a Fundação Giorgio Armani, que detém uma parte relevante das ações como garantia da governança e da independência do grupo.

Blanck explica que a fundação atuará como uma guardiã dos princípios e da estabilidade da empresa, além de possivelmente receber parte de sua fortuna para a realização de trabalhos filantrópicos e de caridade.

“O controle do Grupo Armani não ficará com uma única pessoa, mas sim com um conselho ou comitê gestor formado por Leo Dell’Orco e os membros da família Armani já envolvidos no negócio. A Fundação Giorgio Armani terá um papel fundamental como supervisora, garantindo que a visão do fundador seja mantida”, diz Blanck.

“Além disso, em 2023, os estatutos da empresa foram alterados para criar diferentes classes de ações com poderes de voto distintos. Isso permite uma distribuição da propriedade do capital sem necessariamente diluir o controle, que pode ser concentrado nas mãos do grupo de sucessores escolhido por Armani, evitando assim uma aquisição por grandes conglomerados de luxo”, completa.