Terapias de LED em casa funcionam? Experts opinam sobre os gadgets virais de skincare

Por Isabella Marinelli (@isabellamarinelli) 17/06/2025 04h16 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Terapias de LED em casa funcionam? Experts opinam sobre os gadgets virais de skincare

Com luzes específicas, eles prometem do viço ao combate à acne. Mas será verdade? Especialistas discorrem a seguir

Apesar de não ser novidade entre os aficionados por beleza, o uso de máscaras com LEDs na rotina de cuidados com a pele voltou à tona no TikTok, com diversos vídeos demonstrando o uso desses dispositivos. Mas afinal, esse tipo de tratamento funciona mesmo?

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O médico explica que, em teoria, o LED (light-emitting diodes ou, no português, diodos emissores de luz) emite ondas eletromagnéticas que alcançam receptores específicos no tecido cutâneo para melhorar o funcionamento das células. Dessa forma, em teoria, são capazes de oferecer benefícios como rejuvenescimento, controle da oleosidade, tratamento da acne ou clareamento de manchas, dependendo da cor. A luz âmbar, por exemplo, ajuda a combater manchas. "A luz azul tem uma ação antibacteriana, auxiliando a combater as bactérias envolvidas na acne, além de também contribuir a diminuição da oleosidade. Por sua vez, a luz vermelha estimula a produção de colágeno, controbuindo com a redução de rugas e a melhora da firmeza da pele", diz a dermatologista Marina Cintra.

O médico explica que, em teoria, o LED (light-emitting diodes ou, no português, diodos emissores de luz) emite ondas eletromagnéticas que alcançam receptores específicos no tecido cutâneo para melhorar o funcionamento das células. - Isabella Marinelli (@isabellamarinelli)

Entretanto, ainda não é possível medir a real grandeza desses benefícios. "A verdade é que a chamada ledterapia, fototerapia com LED ou fotobioestimulação, ainda é um tema controverso. É um tratamento que tem potencial, mas faltam evidências robustas, com ensaios clínicos bem controlados, para confirmar o benefício dessas terapias", introduz o dermatologista Daniel Cassiano, diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia na Regional São Paulo (SBD-RESP).

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Além da falta de benefícios comprovados, a grande maioria desses dispositivos utilizados em casa têm baixa potência, isto é, têm pouca intensidade para realmente produzir qualquer efeito fotobiológico. Por isso, é importante ter expectativas realistas e manter em mente que eles não substituem, de forma alguma, os procedimentos em consultórios.

"Os aparelhos de consultório são muito mais potentes e precisos. Com eles, conseguimos controlar melhor a intensidade da luz e o tempo de exposição e criar protocolos personalizados para a sua pele. Isso faz toda a diferença para alcançar um efeito realmente eficaz, sempre com segurança", diz Marina.

Marina

Também é preciso tomar cuidado para não comprar itens inseguros. O primeiro deles: a garantia de que o aparelho é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Cuidado com dispositivos com preços abaixo do mercado ou adquiridos de fontes não confiáveis para não colocar sua saúde em risco, principalmente porque o uso de luzes inadequadas pode causar danos não somente à pele, mas também aos olhos", diz o Daniel.

Ele acrescenta que, caso você pretenda fazer uso de LEDs em casa, deve seguir a recomendação de uso do fabricante. Caso não tenha esse caminho, é possível incorporá-los após a higienização, com a pele devidamente seca. "Depois de usá-los, aplique um hidratante ou sérum específico para as suas necessidades e, pela manhã, faça uso do fotoprotetor. Não se esqueça também de higienizar o dispositivo de acordo com as orientações da embalagem", pontua o dermatologista. Além disso, respeite o tempo de uso e a a frequência indicado no manual. "Mais tempo não significa mais resultado. E usar por tempo demais ainda pode irritar a pele", ressalta Marina Cintra.

Por fim, a médica ainda pontua a importância de conversar com o seu dermatologista antes de utilizar esses dispositivos, pois não são inofensivos para todas as pessoas. "Gestantes, pessoas com doenças autoimunes, com alguma irritação ou lesão ativa no local ou que utilizam produtos ou medicamentos que sensibilizam a pele, como a isotretinoína, não devem utilizar essas máscaras. Por isso, a consulta médica é fundamental", finaliza.

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