Deputado Lucas Bove é indiciado por violência psicológica e ameaça contra Cíntia Chagas

Por Heloísa Cipriano 29/09/2025 às 22:00 👁️ 0 visualizações 💬 0 comentários
Deputado Lucas Bove é indiciado por violência psicológica e ameaça contra Cíntia Chagas

Deputado Lucas Bove é indiciado por violência psicológica e ameaça contra Cíntia Chagas

A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito contra o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL), apontando o parlamentar como autor de perseguição e violência psicológica contra a influenciadora digital e ex-mulher, Cíntia Chagas. Segundo o portal g1, o relatório de 60 páginas foi finalizado em 15 de setembro pela 3ª Delegacia de Defesa da Mulher da capital e já está nas mãos da Justiça.

Lucas

De acordo com a investigação, o parlamentar ameaçava expor intimidades, editar vídeos para prejudicar a imagem da ex-esposa e ainda tentava impor cláusulas abusivas em contratos ligados à sua carreira. Mensagens revelam que ele chegou a dizer que “acabaria com a carreira dela” caso não aceitasse suas condições. Testemunhas ouvidas, como a assessora de Cíntia, confirmaram episódios de controle e desrespeito.

De acordo com a investigação, o parlamentar ameaçava expor intimidades, editar vídeos para prejudicar a imagem da ex-esposa e ainda tentava impor cláusulas abusivas em contratos ligados à sua carreira. - Heloísa Cipriano

Apesar disso, a defesa do deputado apresentou declarações de pessoas próximas, que negaram condutas violentas e o descreveram como alguém sempre respeitoso. O próprio deputado também negou, em depoimento, ter cometido agressões físicas ou usado sua arma de forma intimidatória. A delegada responsável, Dannyella Gomes Pinheiro, destacou que ficou configurada a prática de perseguição e violência psicológica, previstas na Lei Maria da Penha.

Bove

O caso tem desdobramentos na esfera judicial. Paralelamente, tramitava uma medida cautelar pedida pelo deputado para impedir que Cíntia comentasse o processo nas redes sociais. A ordem foi inicialmente aceita por um juiz, mas o Ministério Público se manifestou contra sua manutenção, pedindo a revogação imediata. Para o promotor Fernando Cesar Gomes de Souza, a restrição não tinha base legal e poderia configurar “violência institucional” contra uma vítima de violência doméstica.

Cíntia, que tem mais de 7,6 milhões de seguidores, já havia registrado queixa no ano passado, relatando abusos físicos e psicológicos durante o relacionamento de dois anos. Nas redes sociais, criticou a postura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que arquivou em agosto um processo de cassação por quebra de decoro contra o parlamentar. “Essa vitória é também a vitória das mulheres que são agredidas diariamente pelos companheiros e não têm coragem de denunciar. Eu espero que, com a vitória de hoje, mais mulheres denunciem os seus agressores. Eu não fui a primeira vítima do meu agressor, mas eu posso ser a última”, disse a influenciadora.

Chagas

A advogada de Cíntia, Gabriela Manssur, considerou o indiciamento uma conquista relevante, mas defendeu que também haja denúncia formal por violência física. Em nota, destacou que medidas judiciais têm sido usadas para silenciar vítimas, transformando-as em rés, e lembrou que o segredo de justiça existe para proteger mulheres, e não para blindar acusados de violência.

Já o deputado compartilhou a nota de sua defesa nas redes sociais, afirmando que a ex-esposa estaria divulgando “indevidamente e em completo desrespeito à ordem judicial imposta em seu desfavor, informações sigilosas vinculadas aos fatos mentirosos constantes em procedimento protegido sob segredo de justiça, visto que possui contra si medida cautelar que lhe proíbe, expressamente, de falar sobre os fatos ainda em andamento”. Ainda segundo os advogados, a polícia teria afirmado que não houve agressão física ou ameaça à influenciadora.

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